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Design de
Rossana Fischer
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23.9.02
Hora da surpresa!!! Com vocês, Ariano Suassuna, como poeta, sim, porque ele não foi só dramaturgo, como é mais conhecido. Ele foi também ficcionista, ensaísta, cronista, autor de músicas e balés em que retratava o espírito do sertanejo, a essência das coisas da terra. Paraibano, aos 15 anos, ao perder o pai, vítima de crime político, mudou-se para Recife acompanhando sua mãe e seus oito irmãos. Aí completou seus estudos fornando-se em Direito, aos 23 anos. Ainda estudante, já lançava sua primeira peça teatral - "Uma Mulher Vestida de Sol" (1947) - à qual veio juntar-se depois a mais conhecida de suas peças - o "Auto da Compadecida"(1956) - que veio a ser um marco na história do teatro brasileiro.
A poesia que lhes trago, é contribuição de minha amiga Lígia Pellon Bulhões, também apreciadora deste intelectual de índole e alma sertaneja, que faz questão de "colar sua arte no país e não na indústria cultural".
Vamos à poesia intitulada
A Mulher e o Reino
(Com tema do barroco brasileiro)
Ó Romã do pomar, relva, esmeralda.,
olhos de Ouro e de azul, minha Alazã
Área em cordas do Sol, fruto de prata,
meu chão e meu anel. Céu da manhã!
Ó meu sono, meu sangue, Dom,
coragem,
Água de pedras, rosa e belveder!
Meu candeeiro aceso da Miragem,
meu mito e meu poder - minha Mulher!
Diz-se que tudo passa e o tempo duro
Tudo esfarela o sangue há de morrer!
mas quando a luz me diz que esse
Ouro puro
Se acaba por finar e corromper,
meu sangue ferve contra a vã Razão
e pulsa seu Amor na escuridão!
(Poemas, 1999) Ariano Suassuna
Espero ter agradado e prometo estar atenta ao que possa interessar a meus visitantes. Apreciarei contribuições, como foi o caso, agora, de minha amiga Lígia. Usem o sistema de comentário ou o e-mail para o envio de sugestões.
Até breve.
publicado
por Magaly Magalhães às 2:15 AM
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