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Design de
Rossana Fischer
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21.3.03
"É IMPOSSÍVEL DEIXAR DE LAMENTAR OS DESATINOS DA HUMANIDADE QUANDO, MAIS UMA VEZ , ELA SE LANÇA AO PRECIPÍCIO."
Está no artigo "A MARCHA DA INSENSATEZ" de Cora Rónai, no Segundo Caderno de O Globo de hoje, 20 / 03 / 03.
Eu não conseguia crer que esta guerra seria levada a cabo. Até a última hora, esperei que algo sustasse esse ato de insensatez, como bem disse Cora. Infelizmente, fui forçada a acreditar quando, diante da televisão, assisti ao primeiro bombardeio sobre Bagdá.
Onde os princípios humanísticos que deveriam nortear o homem? De que serve o progresso científico em todas as áreas do conhecimento humano se, para a solução de problemas externos, ainda é válida a demonstração de força e abuso de poder? Não se massacra uma população sem condição de fuga para devolver-lhe a liberdade.
As nações líderes do mundo tinham que ter encontrado um meio de depor o ditador iraquiano antes que a nação mais bem armada do mundo agisse ditatorialmente, como está acontecendo. Quais serão os corolários desta demonstração? Olho com espanto e angústia o fantasma de uma ditadura planetéria. E a massa alienada de americanos, anestesiada da maneira como fala nossa indignada Cora, pode muito bem servir aos fins beligerantes deste insensato governo dos EEUU.
Que a sensatez aflore nas mentes responsáveis dos homens que ainda têm voz no concerto das nações e guie a humanidade para uma ação de desarmamento total. Só assim, poderemos vislumbrar a possibilidade de paz definitiva no universo.
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Para não deixar de trazer poesia, mesmo neste inexorável clima de guerra, achei entre os Esparsos e Inéditos de Mauro Faustino, o poeta ligado à idéia de morte, por excelência, este lindo poema sem título :
...
Túnel, pedra, tonel
A mão sem luva,
a mão com chaga.
Mundo que sobe e desce,
mundo que sofre e cresce.
Mundo que principia, medra e finda,
mundo de fel e mel,
túnel, pedra, tonel.
E as dobras fartas
do manto sono
tombando em torno
do leito tempo --
e os dobres fortes
do pranto sino
trocando em turnos
de luto e vento --
No fim do túnel, o pricípio do túnel.
Na subida da pedra, a descida da pedra.
O túnel não tem fundo, a mão não chega às uvas --
Lida, caixão e sorte,
vida, paixão e morte.
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Enfrentemos o sofrimento pela guerra. Oremos pelos que estão lutando. Esperemos em Deus que não dure demais.
Até breve.
Para não deixar
publicado
por Magaly Magalhães às 1:53 AM
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