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Design de
Rossana Fischer
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17.4.03
"Arte é sangue, é carne. Além disso, não há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos"
Cinqüenta anos sem Graciliano Ramos. Nascido em 1892 em Alagoas, faleceu em 1953 no Rio de Janeiro. Sua obra, que focaliza os problemas sociais do Nordeste, mostra uma visão bem mais profunda e crítica das relações humanas, logrando ir muito além do regional num espetro bem mais abrangente, universal.
Escritor de estilo enxuto, linguagem essencialmente substantiva, Graciliano mostra-se genial ao lidar com a dor, a falta de recursos , a penúria extrema, a miséria absoluta, isto aliado a um exigente modo de tratar a narração e seus recursos.
"Caetés", "São Bernardo", "Angústia", "Vidas secas", "Insônia", "Infância" (contos), "Histórias de Alexandre" e "Alexandre e outros heróis (literatura infantil) ,"Infância" e "Memórias do cárcere" (memórias) são suas principais obras. O extraordinário "Memórias do cárcere" é o ponto alto de sua produção literária.
Como diz o escritor Marçal Aquino, Graciliano foi "sempre fiel a si mesmo e ao tema central de sua literatura: o embate entre o homem e a natureza, tanto a interna quanto a externa."
Para mim, o livro deste autor que mais me toca é o "Angústia", pelo simples fato de que sua ação se desenvolve em Maceió e seus personagens transitam em ruas adjacentes ao ponto em que eu morava. É uma sensação de intimidade, de consciência dos fatos narrados, de conhecimento de causa, um vago sentimento de partilha. E, creiam-me, a gente termina a leitura absolutamente dominado por uma angústia imensa que só o tempo consegue ir apagando.
Não é sem razão que se diz que a obra de Graciliano pode ser considerada como um verdadeiro "manifesto humano".
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Poema de um poeta contemporâneo de nosso festejado de hoje:
Aproximação do terror
Murilo Mendes
Dos braços do poeta
Pende a ópera do mundo
(Tempo, cirurgião do mundo):
O abismo bate palmas,
A noite aponta o revólver.
Ouço a multidão, o coro do universo,
O trote das estrelas
já nos subúrbios da caneta:
As rosas perderam a fala.
Entrega-se a morte a domicílio.
Dos braços...
Pende a ópera do mundo.
(apud Laís Correa de Araújo, Murilo Mendes, 2ªed., Petrópolis, Vozes,1 972, p. 132)
Despeço-me agora. Até outro dia.
publicado
por Magaly Magalhães às 2:00 AM
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