Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

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6.6.04
 


Ilha Bela
Aquarela por Dudi Maia Rosa

DEMOCRACIA

Melhor seria um nome mais adequado para o nosso de regime de governo. De democracia, só traços aqui e ali, esgarçados, quase irreconhecíveis.
Não sou a pessoa indicada para falar de política; não tenho conhecimento para isso.
Entretanto, qual o leigo que não percebe a discrepante diferença de renda entre os indivíduos que compõem os diversos segmentos de nossa sociedade? Podemos falar de democracia num país em que um indivíduo sustenta-se com um aviltante salário de R$ 240,00 enquanto há pessoas contempladas com megasalários de 8, 9, até 15, 16 mil reais (nem sempre pessoas produtivas!) ?
Custa-me crer que homens inteligentes, competentes, sagazes, que comandam a nação, não se sensibilizem diante de tamanha disparidade de ganhos. Nossa distribuição de renda é das mais absurdas e desumanas.
A Constituição existe para ser respeitada, sim, mas atitudes como a de a Justiça espaldar-se na lei dos *direitos adquiridos*, contemplando exclusivamente a elite, está além do aceitável ou tolerável.
Temos que enfrentar a necessidade da correção dessa discrepância. Como? Os cientistas políticos terão aí sua vez.
Já ouvi falar em alguma coisa parecida com a seguinte meta: armar um planejamento, tal que, dentro de um determinado número de anos, a massa trabalhadora ganhe uma média ponderada deR$600,00 e a elite, uma média ponderada de R$12.000,00.

Não me refiro a este ou a qualquer governo em especial. Os erros vêm de longe, acumulam-se, perpetuam-se, muitas vezes estimulados por negligência, preocupação egoística de reeleição, prevalência de interesses individuais, afrouxando as rédeas da ética, produzindo esta absurda desigualdade social.



Para fugir um pouco dessas preocupações, vamos mergulhar no mundo da poesia?

MÃOS DADAS

Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

(in Reunião,6ªed., Rio de Janeiro, J.Olympio,1974, p.55)


TERNURA

Vinicius de Morais

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma breve canção aos teus ouvidos.
Das horas que passei à sombra de teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pele graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora.

(in Antologia Poética, 13ª ed., Rio de janeiro, J.Olyimpio, 1976, p.76)

publicado por Magaly Magalhães às 1:39 AM
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