Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
Hoje apareço aqui trazendo na alma uma carga de saudade avassaladora. Faz 1 ano que meu Estevão se foi. É verdade que o tempo reduziu o abalo sofrido, atenuou o trauma da separação, devolveu-me às atividades normais. Permanece só essa saudade doída, inextinguível, razão por que vim abrigar-me à sombra da estima de vocês.
Trago um poema dedicado a ele. Volto daqui a uns dias, menos tensa.
ELEGIA
(A Estêvão)
Pensar em morte, por quê?
Seria incidente para fim de vida.
Eis que ela me atinge de chofre:
arranca-me o rebento pela (adulta) raiz.
Homem-menino, tanta a sua candura!
Estrela da criançada, emblema da alegria!
Que é deste Pardal de vôo ambíguo
tecendo ponte entre pretérito e porvir?
Agonizo aqui de dor e saudade:
morte que cauteriza sonhos,
morte que neutraliza vidas.
*Morte que separa homem&sombra*
Elaborá-la é ato de força e coragem.
Resta-me a crença de que um Deus
onividente, onisciente e justo está a
gerir esse nosso insondável destino.