Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

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Rossana Fischer










11.1.05
 
At the Moulin Rouge
Henry de Toulouse Lautrec

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Oi, minha gente
Estou fazendo uma tentativa de voltar a postar aos poucos, nem que seja 1 post de 10 em 10 dias. Começo no ponto onde larguei: algumas considerações sobre a estrutura da sociedade moderna, calcadas numas palestras a que assisti sobre temas antropológicos.
Não sei se raciocino adequadamente, mas tenho a impressão de que a compreensão dos problemas existentes nessa área nos ajudam a entender muitos fatos e nos colocam em posição de participar da evolução dos estudos pertinentes.
Vamos lá.

Vamos falar de estruturas sociais, ou melhor, da estrutura de códigos utilizando o raciocínio lógico (operações que o homem realiza dentro de seu código).
As estruturas sociais são de dois tipos: simétricas e assimétricas. Para visualizá-las, consideremos dois prismas. No primeiro, as camadas se superpõem simetricamente; produzindo equilíbrio; no segundo, assimetricamente, gerando hierarquia (no topo, o poder).
Em nossa sociedade, fala-se muito em democracia e liberdade; ora, se a estrutura do nosso código (estrutura assimétrica) é de força e poder (dominantes em cima; dominados em baixo, na base da pirâmide), como pode haver distribuição igualitária?
Nosso sistema político, econômico e social, toda a gramática do nosso código é hierarquizante. A dominação dá-se por persuasão ou coerção.
Que possibilidades objetivas tem esta sociedade, que se crê igualitária, de cumprir suas funções dentro dos ditames da liberdade, se sua estrutura é contrária àquilo que induz à liberdade?
Nossa estrutura industrial e mesmo nossa estrutura familiar são hierarquizadas. Isto não acontece em tribos indígenas. O pajé não dá ordens, isto é, não se expressa pela capacidade de comandar o grupo imperativamente. Ele só administra as questões do código para resolver as questões do futuro em relação às do passado.
Isso nos mostra que a capacidade de poder não é a mesma em todas as sociedades.
Numa sociedade assimétrica, é a permanência do poder o que mias importa.
Aquele que ocupa o poder tem importância relativa. Tirar o lugar do poder pode acarretar o desabamento das camadas que a constituem.
Entre nós, não há estrutura familiar sem hierarquia, o que não é observado entre os indígenas. Um exemplo de comportamento familiar entre estes últimos: o pai costuma elevar o filho bebê à altura da cabeça para olhá-lo em pé de igualdade, olho no olho, ao mesmo nível. Mais adiante, quando o índio menino já tem alguma altura, é o pai que se abaixa para alcançar-lhe o olhar e se entenderem como iguais: é o tratamento igualitário, a democracia. Se houver alguma transgressão de código por parte da criança, são os pais que suportarão a advertência pela incapacidade de transmitir a ela os seus valores .
Podemos dizer com segurança que nosso discurso é libertário, o que contraria a estrutura assimétrica do código em que estamos inseridos. Ora, se só se ouve o contrário do que reza o código, a conseqüência disso é a desestruturação dessa sociedade. Não há como segurar uma sociedade que tem consciência de que seu discurso é invertido.
É certo que nenhuma sociedade logrará atingir o modelo ideal. O homem jamais deixará de procurar, de querer, de indagar e de se propor objetivos ou reformulações. Somos realmente símbolos.
A marcha dinâmica da sociedade é lenta, mas, quando a maioria ganha essa consciência, advém a reformulação ou a transgressão, que nem sempre é negativa.
A sociedade não muda por doação; ela conquista a mudança.
Nossa posição é determinada pelo tipo de educação que recebemos e que oscila entre o paternalismo e a autoridade. Assim é que este sistema ainda tem muita possibilidade de manter-se. Enquanto se acreditar que o espaço do poder vai ser ocupado por este ou aquele indivíduo, o sistema vai resistindo e sobrevivendo. Poderá até sofrer mudanças leves aqui e ali, mas prossegue. Daí a ocorrência de tantas revoluções dentro dele. Sinal da crise que já estamos vivendo, embora seu processo seja lento e possa durar séculos.
Dentre as figuras que lutaram por modificar o contexto social, podemos destacar a figura de Guevara que intuiu o significado do lugar do poder. Ele se antecipou a seu tempo. Lutou sempre, brava e dignamente por aquilo em que cria e queria ver instituído na sociedade.
Tentando entender o exercício do poder entre outros povos, analisemos o caso do indiano. O sistema de castas na Índia horrorizou o Ocidente. Mas, ao que parece, foi um grande expediente social. As castas representavam velhas etnias. Cada casta gostava de permanecer nos limites de sua própria condição, pois havia lugar para todos os tipos de homem. O homem ocidental mostrou-se incapaz de entender o sistema em si mesmo por falta de referenciais para tanto.
Resumindo, nossa estrutura social é assimétrica, isto é, leva à manutenção do poder. Ora, a verdadeira liderança deve ser sempre transitória. O lugar do poder é perigoso, pois tem como limite a força, a coerção, a violência.
Nenhuma sociedade tem sua consciência explicitada, ou seja, uma sociedade se mantém quando alimenta uma relação de cumplicidade.
Enfim, a crise é real, a escamoteação é um fato, nosso esquema se resume em 'trocar de rei', mas deve haver caminhos que nos levem a soluções racionais. O homem é de luta; a quietude é nefasta, é alienação.
Vamos procurar dinamismo com lógica.

publicado por Magaly Magalhães às 11:50 PM
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