Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

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Rossana Fischer










23.6.05
 


MEG! MEG! MEG! MEG!

Rosas para você pelo seu aniversário.

E mais Jorge de Lima, que você tanto ama, em três tons, além de belíssimas homenagens de poetas ao grande poeta.

Pai João

"A filha de Pai João tinha um peito de
Turina para os filhos de Ioiô mamar:
Quando o peito secou a filha de Pai João
Também secou agarrada num
Ferro de engomar.
A pele do Pai João ficou na ponta
Dos chicotes.
A força de Pai João ficou no cabo
Da enxada e da foice.
A mulher de Pai João o branco
A roubou para fazer mucamas."


Anjo daltônico


Tempo da infância, cinza de borralho,
tempo esfumado sobre vila e rio
e tumba e cal e coisas que eu não valho,
cobre isso tudo em que me denuncio.


Há também essa face que sumiu
e o espelho triste e o rei desse baralho.
Ponho as cartas na mesa. Jogo frio.
Veste esse rei um manto de espantalho.


Era daltônico o anjo que o coseu,
e se era anjo, senhores, não se sabe,
que muita coisa a um anjo se assemelha.


Esses trapos azuis, olhai, sou eu.
Se vós não os vedes, culpa não me cabe
de andar vestido em túnica vermelha.


Extrato da obra Invenção de Orfeu, XV

A garupa da vaca era palustre e bela,
uma penugem havia em seu queixo formoso;
e na fronte lunada onde ardia uma estrela
pairava um pensamento em constante repouso.
Esta a imagem da vaca, a mais pura e singela
que do fundo do sonho eu às vezes esposo
e confunde-se à noite à outra imagem daquela
que ama me amamentou e jaz no último pouso.
Escuto-lhe o mugido ? era o meu acalanto,
e seu olhar tão doce inda sinto no meu:
o seio e o ubre natais irrigam-me em seus veios.
Confundo-os nessa ganga informe que é meu canto:
semblante e leite, a vaca e a mulher que me deu
o leite e a suavidade a manar de dois seios.


Mensagem que encerra a cosmogonia que se contém em

Invenção de Orfeu

No momento de crer, criando
contra as forças da morte, a fé
No momento da prece orando
pela fé que perderam os outros
No momento da fé crivado
Com umas setas de amor às mãos
E os pés, e o lado esquerdo
Amém.


De Murilo Mendes

Homenagem a Jorge de Lima

Inventor de novo corte e ritmo,
Sopras o poema de mil braços,
Fundas a realidade,
Fundas a energia.
Com a palavra gustativa,
A carga espiritual
E o signo plástico
Nomeias todo ente.
Ó frêmito e movimento do teu verso
Mantido pela forte e larga envergadura.
Poder da imagem que provoca a vida
E, respirando, manifesta
O mal do nosso tempo, em sangue exposto.
Aboliste as fronteiras da aparência:
No teu Livro fértil se conjugam
Sono e vigília,
Vida e morte,
Sonho e ação.
Nutres a natureza que te nutre,
Mesmo as bacantes que te exaurem o peito.
Aplaca tua lira pedra e angústia:
Cantando clarificas
A substância de argila e estilhaços divinos
Que mal somos.



De Carlos Drummond de Andrade

Era a Negra Fulô que nos chamava
de seu negro vergel. E eram trombetas,
salmos,carros de fogo, esses murmúrios
de Deus a seus eleitos, eram puras

canções de lavadeiras ao pé da fonte,
era a fonte em si mesma, eram nostálgicas
emanações de infância e de futuro,
era um ai português desfeito em cama.

Era um fluir de essências e eram formas
Além da cor terrestre e em volta ao homem,
Era a invenção do amor no temo atômico,

O consultório mítico e lunar
(poesia antes da luz e depois dela),
Era Jorge de Lima e eram seus anjos.

publicado por Magaly Magalhães às 8:41 PM
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