UMA PAUSA PREVISTA
Chegou a hora de dar meu adeusinho a vocês. Claro que vou sentir um bocado, mas a maratona que me espera vai me deixar em tal roda viva que não vou ter muita folga para as saudades. Quando voltar, virei cheia de novidades e, então, descontaremos o tempo de ausência.
Deverei estar sem internet já na próxima semana. Então, quero deixar um abraço apertado a cada um de vocês e um desejo profundo de que vocês se conservem felizes neste meu período de afastamento.
Deixo também uns poeminhas meus pra quem gosta de versos. Não ficaram muito tempo em quarentena, como gosto que fiquem, mas tenho que fechar tudo pra balanço. Aproveitem e sugiram alterações. Quando estiver de volta considerarei as sugestões apresentadas.
Pena que são versos tristes, mas a saudade trai a gente mesmo. É o companheiro da vida inteira que não volta. É o filho ausente que faz aniversário. Quem sabe, depois dessas mudanças que começo a acionar, meus versos tomem cores mais leves e saibam a alegria?
DESEJOS VÃOS
Ao Téo
Vontade de estar contigo,
desejo de ouvir tua voz.
Desgaste não ver sentido
no que faço, no que olho,
no que paira sobre nós.
Parem a música! Parem a dança!
Quero estar só com meus ais.
Voltar à fase criança...
Não vêem que peno e choro
a dor de não tê-lo mais?!
Hoje sou só uma sombra
a preencher os desvãos
da vida que inda me honra.
Reflito, medito e oro.
O resto... desejos vãos...
31/ 05/06, Rio de Janeiro
ESTÊVÃO 2006
Dia frio, molhado, lacrimoso.
Recolho lembranças, choro saudades.
Tento reunir retalhos da tua imagem,
recompor tua face de mandíbulas rijas,
nelas ancorado sempre aquele teu riso
espontâneo, pronto a soltar-se com alarde
ou a desfazer-se de mansinho,
preludiando algo lúdico e prazeroso.
Quanta falta me tens feito!
Três anos de desalentada ausência.
Meninos continuam meninos,
homens, mulheres (poucos os de boa vontade)
continuam por aí.
Sem ti.
Em familia, és lembrado
com a ternura de sempre e
a cada evocação recebemos contentes
os chuviscos de alegria que daí esparzes
Feliz dia de teu aniversário, filho,
enquanto durar meu exílio aqui.
04 /08 /2006, Rio de Janeiro
E,
para não dizer que só falei de tristezas e saudades, deixo este poema de um tempo mais ingênuo.
O POETA E A LUA
Solta a lua na noite aberta, desce e
vem prender-se a alado ser à sua espera
Ébrios um do outro e translúcidos
planam juntos, a lua e o poeta.
- Preciso de tua luz compensadora
sou um oceano de revoltas emoções.
Só tua reveladora claridade
pode ater-me à vida nessas condições.
- Tua eu sou, poeta ensandecido,
mas não só tua, de todos os poetas
carentes de frios raios de luz
a atenuar-lhes a fervescente verve.
- Vem, façamos uma fina parceria,
a vida é fugaz e me deixa alerta.
Em sua eternidade, como poderia ela
ser só minha se haverá sempre poetas?
1998 / Rio de Janeiro
Beijos, beijos, beijos.
Antes de finalizar, quero lembrar a todos que o SUBROSA faz seu 5º aniversário no próximo dia 19 e que vai haver festa. Vamos todos lá dar nosso Viva ao blog mais palpitante da internet?
E mais: o Subrosa lança um post revelador. Vale constatar o que digo. Corram lá.
E vão também ao CIRCULANDO para ler: *Cidadão, assuma-se e confirme*.