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            13.5.05 
             
              
              OBÁ, do livro Orixás, editora Três
  Não sei se vou discorrer sobre um assunto que interesse a muitos, mas deve haver os que, como eu, têm curiosidade de saber algo mais concreto sobre a Dinâmica da Comunicação Simbólica. No passado, houve a tentativa de se entender a sociedade como um sistema fechado. Não há, entretanto, como se estudar  uma sociedade isoladamente. Ela pode até ser entendida dentro de si mesma, mas não isolada de outras. Com entender, por exemplo, os iorubás no Brasil (os iorubás são originários da Nigéria) se considerarmos tal núcleo populacional de modo fechado, sem levarmos em conta suas origens? A sociedade deve ser estudada como um processo de comunicação pela interação incessante de seus elementos, já que é a capacidade  que tem o homem de se comunicar simbolicamente que o distingue das outras espécies. Esse tipo de comunicação sócio-cultural (abrangendo os tipos de comunicação biótica, biológica e psico-social) tenderia para o caos (entenda-se como caos a ausência de sentido, o nada, o vazio) não no sentido positivista, de ordem estática, pré-estabelecida e sim  como organização que permite que o sistema fracasse, facultando simultaneamente a sua reformulação futura - ordem dinâmica.  Para melhor esclarecimento das idéias em exposição, temos que tecer considerações em torno da diferença entre homem e animal. Ora, sabemos que o animal nasce com programação completa que ele cumprirá através da vida, enquanto o homem nasce com a programação em aberto para receber, por estímulos externos, sua identidade e toda uma carga programática ditada pelo contexto em que está inserido. Neste campo, existem correntes de pensamento que se opõem.  Lacan, por exemplo, considera o inconsciente individual inteiramente vazio, isto é, não reconhece a personalidade oculta. A Antropologia Estrutural discorda de Lacan, quando este pensa no homem como uma caixa vazia. Acha que há um vazio, mas com características próprias de instintos com predominância deste ou daquele elemento. Tentando apresentar um exemplo elucidativo, imaginemos um par de gêmeos. Por maior que seja a semelhança física entre eles, há sempre um ponto de diferença no agir, qualquer coisa que marca a distinção entre os dois. Essa diferença é necessária para a dinamização do sistema de comunicação. Desse modo, podemos afirmar que cada ser é pessoal, intransferível, único, mesmo codificado pelo mesmo grupo social, ao mesmo tempo, nas mesmas circunstâncias. Entre os animais, a comunicação só se produz por estímulos externos. Com o homem não, não na comunicação simbólica. Se cada pessoa é necessariamente diferente da outra, um mesmo fato pode causar reações diferentes em pessoas mesmo afins, pode traumatizar intensamente uma pessoa e deixar outra  mais ou menos indiferente. São essas as diferenças que promovem a comunicação; é a necessidade de troca de diferenças que a torna possível. É o contrário da coisa repetida, da comunicação morta (entropia) que perde seu significado inicial. Essas diferenças necessárias à comunicação não englobam idéia de valoração: é a desordem na ordem ou a ordem na desordem ( ordem e desordem: caracteres do símbolo). É esta polissemia que constitui o interesse do antropólogo estrutural. Podemos, então, ficar seguros de que a socialização uniforme e homogênea empobrece a capacidade de comunicação, que é estimulada pelas diferenças: mais trocas de diferenças X melhor comunicação.
  A título de fixação de conceitos, é bom repetir: Quando uma sociedade percorre todo o código previsto, acaba-se seu vocabulário. Aí, começa a escamoteação do código levando ao discurso invertido. A quebra do código pode ser fracionada. Não se pode prever se um grupo vai mudar ou se sofrerá mudanças fracionadas.
  Agora, a título de curiosidade: O desaparecimento dos índios bororos e dos índios apinagés não ocorreu pela falta de vocabulário, pelo esgotamento semântico, mas pela interferência de um código tão diferente do deles, tão absurdo para eles, que eles não tiveram capacidade de sobrevivência. 
 
  Estes pensamentos foram anotados de uma palestra ouvida na FACHA, proferida pela Profª Walderez, da cadeira de Antropologia no fim da década de 80. Como acho um assunto palpitante, inclino-me a registrá-lo aqui, com a finalidade de partilhar com quem aprecie a matéria.
 
 
  E pra não dizer que não falei de ... poesia
 
  
  PÓS-TUDO, de Augusto de Campos(1984) 
             
            publicado 
            por Magaly Magalhães às 12:39 AM 
              
            
              
             
            
	
		
	
	
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