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30.6.06
Pescadores / Cícero Dias
O post de hoje seria um breve estudo sobre a origem das trovas e sua evolução. Não tive, porém, tempo de preparar um texto leve em que pudesse resumir todos os dados necessários.
Aproveito, então, e faço deste espaço um segundo instante de saudade, reportando uma experiência pessoal que me conferiu uma imensa paz de espírito.
Como vocês sabem, temos optado por cremação quando da morte de algum membro da família desde que ele tenha manifestado de alguma forma esta preferência. Na semana passada, resolvemos cumprir a tarefa de dar às cinzas de meu esposo seu abrigo definitivo. E decidimos repetir o que fizéramos com as de meu filho há pouco mais de dois anos e meio: lançá-las ao mar de Geribá, em Búzios.
O dia estava um esplendor, o mar coalhado de gaivotas, uma brisa suave, um sol outonal, muita luz, muita paz. Tomamos um barco que singrou suave dividindo as gaivotas, sulcando as águas cristalinas que deixavam visível um fundo arenoso e claro.
A certa profundidade, cinzas ao mar. Vivência repetida. Apaziguamento. Serenidade.
A experiência resultou no poema que deixo com vocês:
CINZAS
Azul liquefeito, solar, salino Ariscas gaivotas sobre a superfície espelhada Adejar de asas em negros leques Oponência de azuis profundos, infinitos Recanto de soberbo encanto Para a vida, para restos de vida.
Ar, água, sal, marulho, cinzas... Reintegração ao mundo calcáreo Berço de novas vidas
Extremidades ...reatadas, refeitas... rarefeitas... Vida...morte... Morte...Vida...
18 / 06 / 06 Rio de Janeiro
Voltarei ao estudo das trovas no próximo post. Até lá.
publicado
por Magaly Magalhães às 2:26 AM
22.6.06
VIVA! Viva o dia 23 de junho, o aniversário da MEG, gente! Vamos comemorar adequadamente, com um banquete de rosas.
De que maneira mais apropriada poderíamos fazê-lo? Trata-se finalmente da preciosa dama cuja identidade repousa sob o símbolo da rosa. Então não é ela a digníssima proprietária do mais aplaudido e respeitado blog de toda a blogosfera, o SUBROSA?
Sua paixão à altura do culto às rosas? Poesia.
Façamos, então, a festa completa:
*Que faço deste dia, que me adora? / Pegá-lo pela cauda, antes da hora / Vermelha de furtar-se ao meu festim? / Ou colocá-lo em música, em palavra, / ou gravá-lo na pedra, que o sol lavra? / Força é guardá-lo em mim, que um dia assim...*
*Quero conhecer a mãe-d´água / que no claro do rio penteia os cabelos / com um pente de sete cores / Salve salve minha rainha, / Ó clemente ó piedosa ó doce Virgem Maria, / ?Como pode uma rainha ser também advogada.*
*Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me / No estreito-pouco / Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida.*
*Saio de meu poema / como quem lava as mãos. / Algumas conchas tornaram-se, / que o sol da atenção / cristalizou; alguma palavra / que desabrochei, como a um pássaro.*
*Abrandar os tufões dos espaços, / acabar com os tiranos do mundo. / Poeta, podes fazer. / Extinguir a palavra de Deus, / afastar a verdade da terra / Poeta, não podes fazer.*
*Por que não o bebi quando o encontrei / no rosto amado, um mundo à mão, ali, / aroma em minha boca, eu só seu rei? / Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi / Mas eu também estava pleno de / mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei.* (Tradução de Augusto Campos)
*Onipresente / Melancolia / Que entre a alegria / Sorris prudente. / Sombra latente / À luz do dia, / Mudez sombria / Que o som pressente.*
*Poesia é quando a tarde está competente para / Dálias. / É quando / Ao lado de um pardal o dia dorme antes.*
*Deus é mais belo que eu./ E não é jovem./ Isto sim, é consolo*
*O mundo estava no rosto da amada. / e logo converteu-se em nada, em / mundo fora do alcance, mundo-além. / Por que não o bebi quando o encontrei / no rosto amado, um mundo à mão, ali, / aroma em minha boca, eu só seu rei?*
*Basta-me um pequeno gesto, /feito de longe e de leve, /para que venhas comigo /e eu para sempre te leve... *
*Parecia um pássaro, um frêmito / de folha, uma líbélula, /uma coisa evanescente / e volátil:/ não era nada, um pensamento / de amor?* (Fico devendo a foto de Marly de Oliveira).
Passaria horas a pinçar trechos poéticos para a nossa homenageada ( Como ela merece!). Vou deixá-la entre o perfume das rosas e a atmosfera dos versos, porque sei que sua felicidade reside nessas filigranas sentimentais que mobilizam sua alma afeita ao que é fino e delicado.
Toda a felicidade do mundo para você, querida amiga, é o meu desejo e o de toda a corrente blogueira.
Sinta-se maravilhosa entre alguns de seus poetas favoritos.
publicado
por Magaly Magalhães às 10:10 PM
14.6.06
DE TROVAS
Vamos tentar construir umas trovinhas como treino para o concurso que vai ser lançado no segundo semestre? Um ensaio, um treino, como queiram. Vamos, porém, conhecer o que é necessário saber sobre trova, seu significado, suas origens, um pouco de seu histórico. Aurélio diz: Trova 1.Composição lírica, ligeira, mais ou menos popular; 2.Canção, cantiga , quadra popular. Ao que podemos acrescentar: composição de 4 versos de 7 sílabas cada um (métrica própria de composições populares), rimando mais comumente o primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto (rima ABAB) e contendo um sentido completo. Difere por esta razão de quadras que compõem um poema de várias estrofes (mesmo de versos heptassílabos). Uma trova gira em torno de um motivo ou tema, encerra-se em seus quatro versos.
Chamo atenção para a maneira como se contam as sílabas de um verso. A contagem se processa diferentemente da análise gramatical. Nesta, observa-se sua representação na escrita; na do verso, busca-se a realidade auditiva. Por exemplo, no verso anda o sol pelas campinas, o gramático contaria nove sílabas enquanto para o poeta há somente sete sílabas, a saber:
an / da o / sol / pe / las / cam / pi / Como vêem, o poeta liga o d ao o desprezando o a, na altura da segunda sílaba. E, na palavra final, só conta até a sílaba tônica pi.
Umas trovas como exemplos:
Segredos de amor ...Tolice! Ninguém consegue esconder Aquilo que o olhar já disse Antes de a boca dizer!
Carolina Ramos
Em resposta à malvadeza Com que o ser humano a atenta, Floresce a mãe natureza Dá frutos...e nos sustenta!
Cynira Antunes de Moura
Da minha amiga de trovas lindas, a Toninha, deixo estas duas para dar água na boca:
Mentira vira verdade Verdade vira mentira Em tempos de falsidade Palavras dançam o'Vira'.
Erradicando os conflitos E a corrupção que impera, Transformaremos a vida Em risonha primavera
Querem treinar nelas a contagem das sílabas? (Recomendado) Está visto, então, que para começar a fazer trovas, é bastante observar os preceitos acima e usar a imaginação.
Quem quiser começar a tentar, é só me mandar as trovinhas por e-mail que, no próximo post, publico cada uma, acompanhada do devido crédito.
São estas, portanto, as atividades sugeridas: treinar a contagem e compor uma ou duas trovas.
Da próxima vez, veremos um pouco sobre a origem e dados históricos das trovas.
Bom, já que estão todos em ritmo de copa, e, portanto, eufóricos e felizes, vocês podem me conceder um instante para uma espécie de Hora da Saudade?
A MEU IDO AMOR
Eu sabia da grandeza que sua alma guardava. Ah!... não percebia tudo que sua alma calava.
Doces anos fecundaram o lar que desabrochou . em risos e gorgolejos e em faina se tornou.
Houve riscos e tristezas, risos, prazeres, saudades, tempo suficiente e calma
de articular as certezas. de desvelar as verdades que ele calava na alma
12 de maio de 2006 Rio de Janeiro
Com beijos de agradecimento pela concessão.
publicado
por Magaly Magalhães às 7:55 PM
3.6.06
*Escrevo para dar sentido à minha vida, mas o que importa é a vida*
*... (a poesia) fala de coisas essenciais, do enigma da vida, de experiências existenciais intensas, ainda que momentâneas.*
É isso mesmo; vou lá, venho cá, torno a ir, torno a voltar e volto por fim às fontes que geram preciosidades com esta aqui, por exemplo:
UMA PEDRA É UMA PEDRA
uma pedra (diz o filósofo, existe em si, não para si como nós)
uma pedra é uma pedra matéria densa sem qualquer luz não pensa
ela é somente sua materialidade de cousa: não ousa
enquanto o homem é uma aflição que repousa num corpo que ele de certo modo nega pois que esse corpo morre e se apaga
e assim o homem tenta livrar-se do fim que o atormenta
e se inventa
Vocês sabem que falo do festejado poeta Ferreira Gullar. A partir desta poesia pertencente a uma nova safra, ele *reafirma a opção de trabalhar a linguagem coloquial num registro elaborado*
*A maneira como me relaciono com a linguagem modifica-se em função da própria experiência com as palavras e os poemas. A matéria da minha poesia tem sido a linguagem coloquial, as palavras de uso corriqueiro. O Poema é o lugar onde a prosa vira poesia, é um artefato construído de modo que a energia potencial, que está nas palavras, acenda e vire uma outra coisa, transfigurando a linguagem usual.* Estes trechos foram colhidos de uma excelente entrevista por Ricardo Musse no nº 1 da revista Entrelivros (maio de 2005).
Aliás, a revista Entrelivros , além da boa apresentação, é especial em todos os seus itens: artigos, resenhas, colunas, reportagens, entrevistas, seções. Quem me colocou nas mãos esta preciosidade (adivinhem?). Só podia ser nossa orientadora cultural: a extraordinária MEG.
E, agora, quero anunciar minha intenção de voltar à tão arejada forma de versejar que é a TROVA, que vocês há pouco tempo aceitaram de bom grado, entrando no concurso infelizmente planejado num momento pouco favorável de minha vida e que, por tal razão, foi à garra, teve que ser interrompido.
Eu mesma não sei se já estou com fibra para enfrentar tal façanha. Então, vamos antes de tudo, preparar o clima, conversando sobre o assunto, falando sobre os tipos de trova, apresentando trovas de autores consagrados. Acho que assim vai haver um bom estímulo pra nós todos.
Vou até me precipitar e já deixar aqui umas trovinhas bem gostosas de uma amiga/irmã (há mais de meio século) cuja verve aumenta com a idade.
O amor anda escaldado. A esperança nem falar. A paz de súbito alada Foi noutro astro pousar
Povos descendo aos infernos, Os mesmos que Deus criou. Que gente insensata é essa Que o bom senso dissipou!
Que tal? Por ora, não revelo a artista, mas dou o apelido com que carinhosamente a chamo: Toninha. Vou trazê-la muitas vezes aqui. Não quer nada com informática; é da roda dos poetas e artistas.
Houve mais de uma pessoa propondo que eu repita o item Atividade. Vamos lá. Respondam por e-mail, ok?
ATIVIDADE:
a) De quem é este poema e qual seu título?
Aqui me tenho Como não me conheço nem me quis
sem começo nem fim
aqui me tenho sem mim
nada lembro nem sei
à luz presente sou apenas um bicho transparente
b)Prêmio / participação: Duas trovas bem transadinhas.
Para alegrar os olhos de vocês:
COMPOSIÇÂO / Cícero Dias
publicado
por Magaly Magalhães às 10:41 PM
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