Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
Conseguimos! Parreira est� orgulhoso. Sofremos numa partida apertada, mas acertamos no �ltimo minuto da prorroga��o. E nos p�naltis, ai! Que agonia! MARAVILHA!
* * *
Eu j� tinha conhecimento de um certo ga�cho, novo nas letras, mas n�o estreante, autor de Deixe o Quarto Como Est� . Ele se chama Am�lcar Bettega Barbosa . Quem curte Cot�zar vai sentir-se � vontade lendo Os Lados do C�rculo, em que o autor assume abertamente a influ�ncia do escritor portenho. Para Cot�zar, o conto � *a imagem do c�rculo, forma geom�trica perfeita, em que um ponto n�o pode se separar da superf�cie total*, tese que permeia os doze breves contos de Os Lados doC�rculo, montada sobre ciclos que se fecham e se renovam continuamente. Em seu terceiro livro, Battega continua questionando sobre *a obedi�ncia cega a uma id�ia de real que comporta permanentemente em uma falta, e nunca nos redime*. *Com seu centro fixo, um quadrado em movimento gera o c�rculo que o aprisiona*, o que explica o esfor�o in�til para ir a qualquer lugar, movimento de eterno retorno que se observa em todo o livro.
* * *
Vi no Afrodite, da Cl�udia Letti, e adorei. Trouxe para voc�s:
Rabisco e arrisco um risco
risco o risco e arrisco um riso
Risco em giz e arrisco um risco
Texto de Cl�udia Letti
Palmas para a Cl�udia, gente!
publicado
por Magaly Magalhães às 11:19 PM
20.7.04 Not�cia alvissareira: Para os leitores que se interessam por textos escolhidos, h� material novo, excelente , atual�ssimo no Imagens e Palavras,a saber: artigos sobre vida, morte e obra do grande escritor paraense Haroldo Maranh�o e entrevistas a tr�s dos onze Wunder que formam o portal Wunderblogs.com, agora, livro, editado pela Editora Barracuda, sob o mesmo nome. Estas s�o entrevistas inteligentes, preparadas pela nossa companheira Meg e por ela conduzidas com humor e sabedoria. Est�o todos convidados a consultar o referido material com irrestrita liberdade. Leiam, comentem (no pr�prio Imagens e Palavras), perguntem, sintam-se � vontade.
Falando de leituras: Acabei de ler Os Dez mandamentos da �tica de Gabriel Chalita. A busca da excel�ncia em todas as coisas, ou seja, a �tica, tem sido estudada ao longo dos tempos, tendo sido a Gr�cia o ber�o do debate filos�fico. Arist�teles foi um dos primeiros a tentar sistematiz�-la e o fez em um extenso tratado dirigido a seu filho Nic�maco. As quest�es �ticas t�m sido discutidas ao longo dos tempos, ao sabor das mudan�as hist�ricas. Atualmente, o eminente Professor Gabriel Chalita, doutor em Direito e em Comunica��o e Semi�tica, mestre em Ci�ncias Sociais, bacharel em Filosofia, logrou discutir os pontos fundamentais da mat�ria, renovando-os, adaptando-os ao nosso tempo em seu recente livro, j� em 2� impress�o, Os Dez Mandamentos �tica, editora Nova Fronteira, 2003. Os mandamentos que ele estuda e esmi��a: 1 - Fazer o bem 2 - Agir com modera��o 3 - Saber escolher 4 - Praticar as virtudes 5 - Viver a justi�a 6 - Valer-se da raz�o 7 - Valer-se do cora��o 8 - Ser amigo 9 - Cultivar o amor 10- Ser feliz
Vale a pena a leitura deste trabalho inteligente, elucidativo e muito bem elaborado.
Nota: Meu abra�o de amizade e carinho a todos voc�s pelo dia dedicado ao Amigo, acompanhado destes presentinhos:
AMIGA Deixa-me ser tua amiga, Amor, A tua amiga s�, j� que n�o queres Que pelo teu amor seja a melhor A mais triste das mulheres
Que s�, de ti, me venha m�goa e dor O que me importa a mim?! O que quiseres � sempre um sonho bom! Seja o que for Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beija-me as m�os, Amor, devagarinho... Como se os dois nasc�ssemos irm�os, Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca Guardar assim, fechados, nestas m�os, Os beijos que que sonhei pra minha boca!...
publicado
por Magaly Magalhães às 11:19 PM
14.7.04 LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE
http://educaterra.com.br
Este lema motivou as a��es contra o arb�trio e a desigualdade entre as classes sociais, no Estado franc�s, no ano de 1789.
A queda da Bastilha aconteceu a 14 de julho de 1789.
A Marselhesa, composta pelo oficial franc�s Rouget de Lisle, canta essa luta do povo contra o despotismo. Mais tarde, torna-se o hino oficial franc�s.
LA MARSEILLAISE
Allons enfants de la Patrie Le jour de gloire est arriv� ! Contre nous de la tyrannie L'�tendard sanglant est lev� (bis) Entendez-vous dans nos campagnes Mugir ces f�roces soldats? Ils viennent jusque dans vos bras. �gorger vos fils, vos compagnes! Aux armes citoyens Formez vos bataillons Marchons, marchons Qu'un sang impur Abreuve nos sillons Que veut cette horde d'esclaves De tra�tres, de rois conjur�s? Pour qui ces ignobles entraves Ces fers d�s longtemps pr�par�s? Fran�ais, pour nous, ah! quel outrage Quels transports il doit exciter? C'est nous qu'on ose m�diter De rendre � l'antique esclavage! Quoi ces cohortes �trang�res! Feraient la loi dans nos foyers! Quoi! ces phalanges mercenaires Terrasseraient nos fils guerriers! Grand Dieu! par des mains encha�n�es Nos fronts sous le joug se ploieraient De vils despotes deviendraient Les ma�tres des destin�es. Tremblez, tyrans et vous perfides L'opprobre de tous les partis Tremblez! vos projets parricides Vont enfin recevoir leurs prix! Tout est soldat pour vous combattre S'ils tombent, nos jeunes h�ros La France en produit de nouveaux, Contre vous tout pr�ts � se battre. Fran�ais, en guerriers magnanimes Portez ou retenez vos coups! �pargnez ces tristes victimes � regret s'armant contre nous Mais ces despotes sanguinaires Mais ces complices de Bouill� Tous ces tigres qui, sans piti� D�chirent le sein de leur m�re! Nous entrerons dans la carri�re Quand nos a�n�s n'y seront plus Nous y trouverons leur poussi�re Et la trace de leurs vertus Bien moins jaloux de leur survivre Que de partager leur cercueil Nous aurons le sublime orgueil De les venger ou de les suivre! Amour sacr� de la Patrie Conduis, soutiens nos bras vengeurs Libert�, Libert� ch�rie Combats avec tes d�fenseurs! Sous nos drapeaux, que la victoire Accoure � tes m�les accents Que tes ennemis expirants Voient ton triomphe et notre gloire!
A MARSELHESA
Avante, filhos da P�tria, O dia da Gl�ria chegou. O estandarte ensang�entado da tirania Contra n�s se levanta. Ouvis nos campos rugirem Esses ferozes soldados? V�m eles at� n�s Degolar nossos filhos, nossas mulheres. �s armas cidad�os! Formai vossos batalh�es! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciar�! O que deseja essa horda de escravos de traidores, de reis conjurados? Para quem s�o esses ign�beis entraves Esses grilh�es h� muito tempo preparados? (bis) Franceses! Para voc�s, ah! que ultraje! Que elans deve ele suscitar! Somos n�s que se ousa criticar sobre voltar � antiga escravid�o! Que! essas multid�es estrangeiras Fariam a lei em nossos lares! Que! as falanges mercen�rias Arrasariam nossos fi�is guerreiros (bis) Grande Deus! por m�os acorrentadas Nossas frontes sob o jugo se curvariam E d�spotas vis tornar-se-iam Mestres de nossos destinos! Estreme�am, tiranos! e voc�s p�rfidos, Inj�ria de todos os partidos, Tremei! seus projetos parricidas V�o enfim receber seu pre�o! (bis) Somos todos soldados para combat�-los, Se nossos jovens her�is caem, A Fran�a outros produz Contra voc�s, totalmente prontos para combat�-los! Franceses, em guerreiros magn�nimes, Levem, carreguem ou suspendam seus tiros! Poupem essas tristes v�timas, que contra voc�s se armam a contragosto. (bis) Mas esses d�spotas sanguin�rios Mas esses c�mplices de Bouill�, Todos esses tigres que, sem piedade, Rasgam o seio de suas m�es!... Entraremos na batalha Quando nossos antecessores n�o mais l� estar�o. L� encontraremos suas marcas E o tra�o de suas virtudes. (bis) Bem menos ciumentos de suas sepulturas Teremos o sublime orgulho De ving�-los ou de segu�-los. Amor Sagrado pela P�tria Conduza, sustente nossos bra�os vingativos. Liberdade, querida liberdade Combata com teus defensores! Sob nossas bandeiras, que a vit�ria Chegue logo �s tuas vozes viris! Que teus inimigos agonizantes Vejam teu triunfo e nossa gl�ria.
publicado
por Magaly Magalhães às 11:57 PM
10.7.04
Rose Meditative Salvador Dali Oil Painting www.wholesaleoilpainting.com
De vez em quando, eu penso, sabiam? Pois �. � o que est� acontecendo agora. Eu, pensando...
Para seguir uma carreira qualquer, o indiv�duo tem que, al�m do estudo fundamental e m�dio, ter conclu�do um curso profissionalizante, ou submeter-se a um concurso, ou ter finalizado um curso universit�rio, enfim, ter uma qualifica��o profissional.
Mas o candidato � carreira pol�tica prescinde dessa qualifica��o. Candidatam-se pessoas preparadas, n�o vou negar, mas os despreparados est�o l�, pretendendo fazer pol�tica sem a menor vis�o do que seja o organismo pol�tico, sem que seja submetido, pelo menos, a testes psicol�gicos (o que ocorre at� com pessoas que fazem concursos p�blicos ou privados),que lhes apontem as tend�ncias e a motiva��o. O resultado est� a�, em baixo de nossos olhos.
Um pol�tico � teoricamente um indiv�duo que se dedica � causa p�blica. Deve ser uma pessoa dedicada ao bem comum, que veja no bem p�blico toda a motiva��o de sua atividade e tenha capacidade de realizar um trabalho abnegado.
Parece que, hoje em dia, a carreira pol�tica aparece como tentadora pela facilidade com que o indiv�duo arruma sua vida pessoal e familiar, em primeiro lugar. Depois vem o trabalho em si, que se resume a montar projetos de lei, nem sempre socialmente justos. O eleitorado, este, n�o dever� ser submetido a decep��es: que seria da reelei��o?
� tudo muito impr�prio e injusto, mas a sociedade pode ajudar. Ali�s, a solu��o tem que surgir da conscientiza��o do corpo social e de sua participa��o no processo pol�tico.
* * *
Minha cabe�a hoje est� em Parati. Vi as not�cias pela televis�o e estou ansiosa por detalhes sobre o evento. Como h� muitos blogueiros participando da festa, com certeza vamos ter muitos posts sobre os assuntos discutidos l�. Que bom! Por enquanto, tenho que me conformar com o que a imprensa (falada e escrita) nos envia, o que � uma bela contribui��o. Minha curiosidade � com as impress�es pessoais dos felizardos blogueiros presentes ao evento.
* * *
Termino aqui com um versinho gostoso, claro, da Cec�lia:
EPIGRAMA N� 9
O vento voa, a noite se atordoa, a folha cai.
Haver� mesmo algum pensamento sobre essa noite? Sobre esse vento? sobre essa folha que cai?
Ganhei de uma amiga o livro Murilo Mendes, Melhores Poemas. Estou francamente noutra dimens�o. N�o poderia dormir em paz hoje sem dividir com voc�s a beleza desses poemas:
MURILOGAMA A CEC�LIA MEIRELES
Dorme no salt�rio & na magn�lia, Dorme no cristal & em Cassop�ia
Dorme em Cassop�ia & no salt�rio, Dorme no cristal e na magn�lia.
O s�culo � violento demais para teus dedos D�cteis afei�oados ao toque dos duendes:
O s�culo, �cido demais para uma pastora De nuvens, aponta o rev�lver aos mansos
Inermes no guaiar & columbrando a paz. Armamentos em excesso, parque sombras de menos
Se antojam agora ao homem, antes criado Para dan�a, alegria & ritmos de paz.
A faixa do c�u glauco indica-te serena, Acolhe a ode trabalhada, n�o gemente
Que ainda quer manter linguagem paral�m. Altas nuvens sacodem as crinas espiando
Teu sono incoativo. A noite vai inoltrada, Prepara �snea de seda � sagorna da tua lira
Que subjaz no corpo interrompido, diamante Ahim�! mortal que os deuses reclamaram.
* * *
Dorme em paz Cassop�ia & no salt�rio, Dorme no cristal e na magn�lia.
PR�-HIST�RIA
Mam�e vestida de rendas Tocava piano no caos. Uma noite abriu as asas Cansada de tanto som, Equilibrou-se no azul, De tonta n�o mais olhou Para mim, para ningu�m: Cai no �lbum de retratos.
CAN��O DO EX�LIO
Minha terra tem macieiras da Calif�rnia onde cantam gaturanos de Veneza. Os poetas de minha terra s�o pretos que vivem em torre de ametista, os sargentos do ex�rcito s�o monistas, cubistas, os fil�sofos s�o polacos vendendo a presta��es. A gente n�o pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em fam�lia t�m por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores s�o mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil-r�is a d�zia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabi� com certid�o de idade!
Que tal? N�o valeu a pena?
Murilo Mendes passou fora do Brasil a maior parte de sua vida, na It�lia, tanto que se tornou poeta italiano, pr�mio internacional de poesia Etna-Taormina. No entanto, apesar de seu longo ex�lio, sempre foi, na forma e na inspira��o, poeta brasileiro, na palavra de Luciana Stegagno Pichio A cr�tica brasileira tem Murilo como uma das vozes mais inovadoras e, por isso mesmo, mais essenciais da l�rica modernista. publicado
por Magaly Magalhães às 12:37 AM