Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
27.10.02
Volto ao CDA hoje, ao CDA cronista, o cronista-contista, o prosador extraordin�rio com seu estilo vivo, de grande plasticidade, colorido, luminoso e cheio de humor. Para t�-lo de volta aqui por uns instantes, vamos reler o Boca de Luar que d� t�tulo ao seu �ltimo livro de cr�nicas (Boca de Luar / Record, 1984).
-- Voc� tem boca de luar, disse o rapaz para a namorada, e a namorada riu, perguntou ao rapaz que esp�cie de boca � essa, o rapaz respondeu que � uma boca toda enluarada, de dentes muito alvos e leitosos, entende? Ela n�o entendeu bem e tornou a perguntar, desta vez que lua correspondia � sua boca, se era crescente, minguante, cheia ou nova. Ao que o rapaz disse que minguante n�o podia ser, nem crescente, nem nova, s� podia ser lua cheia, uai. A� a mo�a disse que mineiro tem cada uma, onde � que viu boca de lua cheia, at� parece boca cheia de lua, uma bobice.O rapaz n�o gostou de ser chamada de bobice a sua inven��o, exclamou meio espinhado que boca de luar, mesmo sendo boca de luar de lua cheia, � completamente diferente - insistiu: com-ple-ta-men-te - de boca cheia de lua; � uma imagem po�tica e da� isso n�o tem nada que ver com mineiro, ele at� nem era propriamente mineiro, nasceu em Minas por acaso, seu pai era juiz de direito numa comarca de l�, mas viera do Rio Grande do Norte, depois o pai deixou a magistratura e se mudou para S�o Paulo, onde ele passou a inf�ncia, mudando-se finalmente para o Rio com a fam�lia. Ah, disse a mo�a, voc� ficou zangado comigo, diga, ficouzinho? bobo, te chamo de bobo como te chamo meu bem, fica nervosinho n�o, eu agora estou sentindo que o que voc� falou � uma gra�a, boca de luar � legal, olha aqui, vou te dar um beijo superluar, voc� quer? Ele ensaiou uma cara de quem n�o quer ser beijado, mas os l�bios da mo�a estavam j� assumindo forma de beijo, avan�avam para ele num movimento que parecia comandar e concentrar todo o corpo, como resistir? Pois resistiu, se bem que com inten��o de ceder : da� a pouco. N�o ficava bem desmanchar a zanga assim t�o depressa, ela ia ter a impress�o de que ele nem sabia ficar com raiva, a simples oferta de um beijo o amolecia, e que seria do casamento deles, se houvesse casamento? N�o � que pensasse em casar com a mo�a, longe disso, n�o pensava em casar com ela nem com mo�a nenhuma nos pr�ximos 10 anos, mas � bom manter a linha de dur�o mesmo sem perspectiva de futura manuten��o de autoridade. � da lei n�o escrita, homem ficar emburrado e n�o fazer por menos. Ent�o, � assim? falou baixinho a mo�a, voc� n�o quer o meu beijo oferecido de cora��o, pois n�o vai ter mais nenhum nem agora, nem depois de amanh� nem nunca, ouviu, seu bolha? E os l�bios recuaram tanto que foi como se despregassem do rosto ali diante do mo�o zangado e fugissem para longe, para onde nem sequer fossem vistos, e escusa de procurar, porque boca de boca desprezada some na nuvem mais escura, por tr�s daquela serra para os lados de Teres�polis. E eu vou sofrer com isso? o mo�o n�o disse mas falou consigo mesmo, que bem me importa se ela n�o quer mais me beijar? eu beijo outras, beijo a prima dela, beijo milh�es e acabou-se. Mas a mo�a, que despachara os l�bios para o sem-fim, continuava diante dele, muito saborosa e s�ria, s�ria e saborosa, aquela pele fina e dourada, aqueles olh�es, aquele busto, aquilo tudo de primeir�ssima beleza, sem falar na boca ausente mas presente, sabe como �? Ele n�o sabia, mas a vontade de provar o beijo reapareceu depois que o beijo fora recusado para todo o sempre, e o rapaz avan�ou o bra�o direito para pegar docemente no queixo da mo�a, quem disse que o queixo cedeu?Ele fez um gesto mais positivo, tentando segurar o ombro da mo�a, o ombro esquivou-se ao toque, embora ela n�o recuasse. Continuavam pr�ximos um do outro, a uma dist�ncia infinita do entendimento. For�ar o beijo seria besteira, ela cerraria os l�bios, a boca de luar n�o se abriria na aceita��o �mida da sua. E que gosto pode ter beijo roubado, se at� o que n�o � roubado costuma ser ins�pido quando as duas partes n�o se movem pelo mesmo impulso de doa��o e devora��o? A mo�a visivelmente esperava o ataque, ele visivelmente se proibia de atacar, isso durou um temp�o, com o beijo parado em potencial entre os poucos cent�metros de uma boca a outra, eis sen�o quando - ui! - uma formiga, n�o mais que uma formiguinha, vinda de n�o se sabe que subterr�neo preparado para expedi-la, em momentos que tais, come�ou a subir ziguezagueando pelo pesco�o da mo�a, ela deu um grito, ele se precipitou para ca�ar a formiguinha, os rostos tocaram-se, os l�bios tamb�m, e o beijo desabrochou, flor na ponta de duas hastes conjugadas, superlunar e inevit�vel, beijo fluido e forte, resultante da incompreendida imagem po�tica ou da formiguinha encomendada, quem sabe, pelo rapaz ou pela mo�a?
N�o � magistral? A linguagem corrida, como um col�quio sem pausas, as situa��es imprevistas, a urg�ncia contida das personagens, o climax que parece previs�vel e desej�vel, � lan�ado com humor e gra�a, jovialidade e propriedade. Viva Drumond ! Inesquec�vel Drumond !
publicado
por Magaly Magalhães às 1:55 AM
24.10.02
Novo pedido de desculpas. Ontem, 22 de outubro, anivers�rio de M�rio Faustino. Venho homenage�-lo hoje. H� quarenta anos, deploramos a perda deste jornalista (Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa), cr�tico de poesia, professor (Escola de Administra��o P�blica, da Funda��o Get�lio Vargas), funcion�rio da ONU e, sobretudo, poeta, tendo escrito seus primeiros poemas aos 16 anos de idade. Seu �nico livro de poesia - O Homem e sua Hora. Finou-se na madrugada de 27de outubro de 1962, aos 32 anos. A morte, que o poeta tanto cultuou, sobreveio instant�nea e irrevers�vel. O avi�o que o transportava para o exterior explodiu sobre o Cerro de las Cruces, nos Andes... e nos deixou em vig�lia que n�o se extingue. Uma imensa perda. Em sua homenagem, seu poema :
CARPE DIEM
Que fa�o deste dia, que me adora? Peg�-lo pela cauda, antes da hora Vermelha de furtar-se ao meu festim? Ou coloc�-lo em m�sica, em palavra, Ou grav�-lo na pedra, que o sol lavra? For�a � guard�-lo em mim, que um dia assim Tremenda noite deixa se ela ao leito Da noite precedente o leva, feito Escravo dessa f�mea a quem fugira Por mim, por minha voz e minha lira.
(Mas j� de sombras vejo que se cobre T�o surdo ao sonho de ficar - t�o nobre. J� nele a luz, da lua - a morte - mora, Da trai��o foi feito: vai-se embora.)
Termino esta homenagem transcrevendo um pequeno trecho de um artigo seu, de 1957, dirigido aos jovens poetas de ontem, ainda v�lido para os poetas de hoje e que ter� validade para os poetas de amanh� : "Que se procure fazer sempre o novo, o v�lido e que se considere a poesia como insubstitu�vel forma de cultura, da qual depende, em boa parte, a vitalidade da l�ngua, portanto do pensamento, portanto da na��o."
Cumpri minha parte na dorida vig�lia. Deixo-os sob os efeitos de t�o brilhante marca��o r�tmica. At� breve.
publicado
por Magaly Magalhães às 12:20 AM
18.10.02
N�o, n�o esqueci, como poderia? S� perdi o dia porque andei ocupada, mas, quando se trata de centen�rio, o que dizer de dois dias de diferen�a? Como poderia esquecer o poeta que nos encheu de surpresas e curiosidade com sua poesia densa e contundente? Se tentamos absorver as rimas extra�das do ferro itabirense, se quisemos remover as pedras do meio do caminho, se fizemos tudo para decifrar o enigma drumoniano e, dessas explora��es sa�mos com n�tido lucro em mat�ria de emo��es sentidas, de conhecimentos adquiridos, de an�lise cr�tica �s nossas pr�prias indaga��es, ent�o Drummond � inesquec�vel e demarcou seu espa�o no cora��o de cada brasileiro. Abaixo, um poema de sua fina lavra.
A COMPANHEIRA
A companheira da vida inteira, que a meu lado une o passado Ao novo dia Em harmonia, A sempre forte E meu suporte Quando vacilo, Porte tranq�ilo, Voa de carinho No meu caminho, Leal, paciente Constantemente, Simples, discreta For�a do poeta Quero-a no instante Final � constante Com sua m�o Acarinhando Em gesto brando Meu cora��o.
Carlos Drummond de Andrade
publicado
por Magaly Magalhães às 11:06 PM
14.10.02
Olhem o que me veio parar nas m�os! Um cordel esperto! E numa hora mais do que oportuna.Vamos sabore�-lo?
Lampi�o Moderno Carlos Ara�jo
Algu�m a� tem resposta Pra pergunta que eu fa�o? Lampi�o, rei do canga�o Foi bandido ou foi her�i? Nem sei se esta � a quest�o, Pois hoje a corrup��o Tem um punhal cangaceiro Sem d� e sem piedade, Sangrando a dignidade De quem � bom brasileiro.
O Virgulino moderno � bandido refinado: Exibe carro importado, Tem jatinho e muito mais. A caneta � seu fuzil, Com ela assalta o Brasil Do jeito que sempre quis: Feito cupim na madeira, Fazendo uma buraqueira Nas finan�as do Pa�s.
Esse novo Virgulino N�o tem chap�u estrelado, N�o sabe dan�ar xaxado, Nem canta Mulher Rendeira. Ele n�o dorme no mato, Ama o conforto e o bom trato. E n�o ag�enta repuxo: Com seu dinheiro e mal�cia, Quando foge da pol�cia, Se esconde em hotel de luxo.
N�o anda pelas caatingas, Nem cruza moita de espinho, Mas constr�i o seu caminho Com muito nome esquisito: � fraude, � clientelismo, � pilhagem, � nepotismo, � propina, � malandragem. Mas ele n�o se contenta: A tudo isso acrescenta A mentira e a rapinagem.
Quando chega a elei��o, Sendo ele candidato, Promete roupa, sapato, Dentadura, leite e lote. Se tem amigo disposto A sonegar o imposto, Ele segura a peteca Com uma frase canalha: - Se eu vencer a batalha Eu perd�o essa merreca!
No palanque faz de Deus O seu cabo eleitoral, Criando o clima ideal � explora��o da f�. Seu discurso � de devoto, Mas sua f� � o voto Da humilde multid�o Que, inocente, se dobra: Vira massa de manobra Nas garras do Lampi�o.
O seu instinto perverso � muito sofisticado: Ele mata no atacado, Quando desvia milh�es Em cada cheque que assina. O bandoleiro assassina Gente em escala brutal. De onde vem a matan�a? Da falta de seguran�a, De m�dico, hospital...
� direito da crian�a Ensino de qualidade, Mas dessa realidade Pouca crian�a desfruta. E quanto ao saneamento, N�o existe investimento Neste importante setor, Porque o nosso dinheiro Vai parar no estrangeiro, Na conta do malfeitor.
O cangaceiro de hoje Tem site na Internet E grava at� em disquete Os seus planos de a��o. Certo da impunidade, Ele se sente � vontade Pra dizer sem embara�o, Justificando a orgia: - Lampi�o nada fazia J� eu roubo mas eu fa�o!
Penso at� ser injusti�a Comparar o Virgulino L� do sert�o nordestino Com esses cabras de hoje. Pois de uma coisa estou certo: Lampi�o nem chega perto Desses que, de forma vil E com bastante requinte, Saqueiam o contribuinte Que ainda cr� no Brasil
Ah, capit�o Virgulino, Que andas fazendo agora? Chega de tanta demora. Sai dessa cova ligeiro, Vem retomar teu reinado! Anda logo, desgra�ado, Chama teus cabras de fama, Traz Corisco e Ventania, Quinta-Feira e Pontaria, Tira o pa�s dessa lama!
Chama Dad�, traz Maria, Pr� te dar inspira��o, Traz Can�rio e Azul�o. Onde andam Moita Brava, Jararaca e Z� Sereno, Que provaram do veneno Da refrega sertaneja? E Bem-Te-Vi, bom de briga, Cantando a mesma cantiga, N�o vai fugir da peleja.
N�o esquece Volta Seca, Sabonete e Jitirana, Que viravam caninana, Nos instantes de combate. Chama tamb�m Z� Baiano, Pois entra ano e sai ano E a coisa fica mais feia. J� s�o muitos exclu�dos E a culpa � de bandidos Que precisam levar peia!
Anda logo, que o Brasil J� se cansou do teu mito. Ouve o apelo e o grito Do povo deste pa�s. Mas cuidado, Capit�o, Cuidado com a manga��o Que pode ser um horror. J� tem corrupto espalhando Que em forma��o de bando Lampi�o era amador!
Valeu? Tomara que apreciem. Eu, como gosto desse tipo de express�o popular, vibro a cada um que venho a conhecer. Quando visito Macei�, minha terra, uma das coisas que fa�o com real prazer � visitar lugares p�blicos onde se exibem violeiros exercitando essas modalidades de express�o po�tica, como desafio, embolada, cordel cantado ou declamado e mais . Ah! que saudade!
Como foi muito longa a pe�a, deixo-os a digeri-la e sabore�-la. Abra��o a todos.
publicado
por Magaly Magalhães às 8:51 PM
11.10.02
Oops! Um errinho de digita��o nesse �ltimo post : na segunda linha, leiam penitencio
publicado
por Magaly Magalhães às 6:30 PM
Bateu-me uma vontade de acontecer por mim mesma hoje. E � por isso que vou postar aqui um poeminha meu. N�o tenho pretens�o de agradar e at� me peniticio, pedindo que n�o o leiam com olhos cr�ticos. Est� valendo mesmo como um ato de exorcismo.Depois de tantas emo��es com o processo da elei��o e com as esperadas decep��es com um resultado ou outro, esse tipo de comportamento me facilita o retorno ao meu estado natural. Vamos l� ent�o :
Amor-Amante
� a hora da aurora � a aurora do instante que sutil se incorpora ao tempo do amor-amante
� a hora da vis�o � a vis�o do exato poder do amor em a��o gerando vida num ato
Que paire sobre os amantes a consci�ncia dos passos dados em febris instantes
Vida � termo sagrado fruto de plano divino Que se lhe d� fino trato ...
1999 / Rio
Bom, agora, estou mais leve. De vez em quando, � bom a gente tentar aliviar o peso dos ombros fazendo alguma coisa bem diferente do que conviria fazer. Mexendo no bauzinho de minhas rimas, achei essas a� que nada t�m a ver com o que anda rolando no ar. De resto, nada muito interessante a registrar; s� mais expectativa em rela��o ao cen�rio pol�tico, o que demanda paci�ncia e controle pessoal De um modo geral, as elei��es surpreenderam. N�o foram de todo satisfat�rias, mas eliminou muita gente inc�moda : o Rio n�o se saiu bem; S�o Paulo se redimiu; l�, pelo Norte, andaram "pisando na bola"....V� l�. O importante � que a popula��o venha a digerir os resultados com muito apuro, muito boa vontade para honrar os princ�pios que regem a estrutura democr�tica que neste pa�s � exercida.
Espero fazer um intervalo menor, voltando em dois ou tr�s dias. At� logo, ent�o.
publicado
por Magaly Magalhães às 1:25 AM
3.10.02
Clima pat�tico! Sentimento de situa��o "d�j� vue"?! Oportuno pano de fundo para o dia D, o dia da chance de cada um usar seu bom senso e optar por algu�m com equil�brio, honestidade e, sobretudo, com amor pelo pa�s que vai administrar por quatro anos. N�o devem ser menores os cuidados para fazer a escolha de quem vai fazer andar o Estado e daqueles que v�o compor os outros dois poderes, Legislativo e Judici�rio, ao lado do poder Executivo, independente cada um dos tr�s. A tarefa em quest�o nunca se apresentou t�o dif�cil e problem�tica. O comportamento de nossas elites, distante dos problemas que se avolumavam, alienadas, indiferentes; a sucess�o de governos insatisfat�rios por raz�es estranhas ou n�o � compreens�o do homem comum; a pretens�o sempre frustrada de a classe menos privilegiada alcan�ar um padr�o de vida digno; estas coisas todas, associadas � acomoda��o a uma nova vis�o de desempenho com o processo da globaliza��o, levaram nossa sociedade ao impasse que nos atordoa hoje: as classes massacradas socialmente mostram sua rea��o, via crime organizado, e aviltam popula��o. A ordem �: A��o conjunta , sociedade mais governo, para tentar reverter o processo de revolta! Justi�a limpa e criteriosa; leis que atinjam as reais necessidade da popula��o; poder executivo com caracter�ticas de governabilidade; pol�ticos conscientes de sua fun��o, que n�o legislem em causa pr�pria, que n�o ponham interesses pessoais antes dos interesses do pa�s - � disso que precisamos minha gente! � dessa esp�cie de homem p�blico que estamos carentes. � de administradores com consci�ncia �tica, com consci�ncia de ser social, com consci�ncia de ser moral. Quem forma esse tipo de individualidade? A ESCOLA. Comecemos a educar, pais e professores, as gera��es em desenvolvimento, martelando fundo os sagrados princ�pios �ticos de fidelidade, respeito ao "outro", respeito � coisa p�blica e teremos daqui a umas dezenas de anos gera��es preparadas para manter uma sociedade �ntegra e capaz.
Cec�lia, onde est� voc� com sua finura e delicadeza pra ado�ar nossa alma constrangida? Venha, com seu milagroso ritmo, levantar nosso �nimo que n�o pode permanecer combalido. Dia 6, teremos que posar de agentes da esperan�a num Brasil mais equilibrado.
Vamos a ela, ent�o.
REINVEN��O
A vida s� � poss�vel reinventada.
Anda o sol pelas campinas e passeia a m�o dourada pelas �guas, pelas folhas... Ah! tudo bolhas que v�m de fundas piscinas de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida, a vida s� � poss�vel reinventada.
Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus bra�os. Projeto-me por espa�os cheios da tua Figura. Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.
N�o te encontro, n�o te alcan�o... S� - no tempo equilibrada, desprendo-me do balan�o que al�m do tempo me leva. S� - na treva, fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida s� � poss�vel reinventada.
Vou ficando por aqui. Espero que me contem as novidades do dia D. Allons, enfants de la patrie!