Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
Marine Scene Eugene Boudin www.wholesaleoilpainting.com
publicado
por Magaly Magalhães às 1:53 AM
Voc�s sabem quem � a poetisa do momento em Portugal? J� ouviram falar de Ad�lia Lopes? E de Maria Jos� da Silva Viana Fidalgo de Oliveira?
Os dois nomes s�o a mesma pessoa. Na palavra da pr�pria poetisa �a Ad�lia Lopes � �gua no estado gasoso, a Maria Jos� � a mesma �gua no estado s�lido�. Portuguesa, lisboeta, poetisa, ling�ista, f�sica, bibliotec�ria, documentalista, sua poesia, feita com poucos adjetivos, concede muita aten��o �s pequenas coisas e �s aparentemente menos dignas. � uma poesia atenta aos incidentes do quotidiano. Ao lhe perguntarem numa entrevista se ela seria uma poetisa pop ou conceptual, ela responde: �As duas coisas. O pop � conceptual e h� f�sicos que atribuem cores �s equa��es. Sou sinest�sica como todos os poetas�. Para sintetizar, sua poesia � sat�rica, mas � tamb�m l�rica. Sente-se no que Ad�lia escreve �uma grande carga de viol�ncia, de dor, de seriedade e de santidade.�
Foi �Clarissa� de �rico Ver�ssimo, descoberta aos dez anos, a porta por onde Ad�lia entrou na literatura.
O texto abaixo est� na revista Inimigo Rumor, n�10 de maio de 2001:
Ad�lia Lopes
O poeta de Pondich�ry
Diderot (ou quem fala por ele em Jacques le Fataliste) recebe um jovem que escreve versos. Acha os versos maus e diz ao jovem que ele h�-de fazer sempre maus versos. Diderot preocupa-se com a fortuna do mau poeta. Pergunta-lhe se tem pais e o que fazem. Os pais s�o joalheiros. Aconselha-o a partir para Pondich�ry e a enriquecer l�. E a que sobretudo n�o publique os versos. Doze anos mais tarde o poeta volta a encontrar-se com Diderot. Enriqueceu em Pondich�ry (juntou 100.000 francos) e continua a escrever maus versos.
Por que � que o mau poeta deve ir para Pondich�ry e n�o para outro lugar Por que � que seus pais s�o joalheiros? Por que � que juntou 100.000 francos? E por que � que passou doze anos em Pondich�ry? N�o sei explicar. O que me atrai � precisamente isto: Pondich�ry, pais joalheiros, 100.000 francos, doze anos.
10.II.1986
1 Para qu� sacrificar uma p�gina em branco? se ainda se escrevesse em peles de bezerros rec�m-nascidos atrevia-me a sacrificar bezerros rec�m-nascidos? acho que sim
2 Vou dedicar todos os meus poemas a Diderot escrevo s� � Denis ele sabe que � esse Denis eu tamb�m as outras pessoas n�o n�o h� embara�os
3 Se n�o tivesse conhecido Diderot dizia hoje coisas diferentes das que digo hoje devo-lhe a minha fortuna e o meu desgosto
4 Mercurocromo bofetadas caf� com leite �pio toda uma vida em vista de um poema de que Diderot n�o gosta
publicado
por Magaly Magalhães às 1:08 AM
25.2.04
Entrada da ba�a de Guanabara
publicado
por Magaly Magalhães às 1:01 AM
Sair do carnaval para retomar o trabalho di�rio � um processo que demanda um pouco de esfor�o. Quem sabe uma est�ria engra�ada ou uma cr�tica bem humorada, uma piada que seja para servir de ponte entre uma coisa e outra tornaria esse passo menos dif�cil?
Acabei de receber por e-mail. (N�o tenho id�ia se � piada nova ou se j� est� rolando h� algum tempo):
COM�DIA CORPORATIVA
Foi tudo muito r�pido. O executivo bem-sucedido sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou, deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonzo, atravessou-o e deu de cara com uma mir�ade de pessoas, todas vestindo c�ndidos camisol�es e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, o executivo bem-sucedido abordou um dos passantes: - Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para meu escrit�rio porque tenho um meeting important�ssimo. Ali�s, acho que fui trazido para c� por engano porque meu conv�nio m�dico � classe A, e isto aqui est� me parecendo mais um pronto-socorro. Onde � que n�s estamos? - No c�u. - No c�u??? - �. - Tipo o qu�, por exemplo? Tipo assim, c�u? O c�u, aquele? Com querubins voando e coisas do g�nero? Que � isso, amigo, voc� est� com goza��o? - Aquele mesmo. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente. Apesar das �bvias evid�ncias (nenhuma polui��o, todo mundo sorrindo, ningu�m usando telefone celular), o executivo bem-sucedido custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. Tentou ent�o o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infal�veis T�cnicas Avan�adas de Negocia��o, de que aquela situa��o era inaceit�vel. Porque, ponderou, dali a uma semana ele iria receber o b�nus anual, al�m de estar fortemente cotado para assumir a posi��o de vice-presidente na empresa. - E foi a� que o interlocutor sugeriu: - Talvez seja melhor voc� conversar com S�o Pedro, o s�ndico. - E como � que eu marco uma audi�ncia? Ele tem secret�ria? - N�o, n�o. Basta estalar os dedos e ele aparece. - Assim? (...) - Pois n�o? O executivo bem-sucedido quase desaba da nuvem. � sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o pr�prio Pedro. Mas o executivo havia feito um curso intensivo de "Approach para Situa��es Inesperadas" e reagiu rapidinho: - Bom dia. Muito prazer. Belas sand�lias. Eu sou um executivo bem-sucedido e... - Executivo... Que palavra estranha. De que s�culo voc� veio? - Do 21. O distinto vai me dizer que n�o conhece o termo "executivo"? - J� ouvi falar. Mas n�o � do meu tempo. Foi ent�o que o executivo bem-sucedido teve um insight. A m�xima autoridade ali, no para�so, aparentava ser um zero � esquerda em modernas t�cnicas de gest�o empresarial. Logo, com seu brilhante curr�culo tecnocr�tico, o executivo poderia rapidamente assumir uma posi��o hier�rquica, por assim dizer, celestial na organiza��o. - Sabe, meu caro Pedro, se voc� me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo a�, s� batendo papo e andando � toa, para perceber que aqui, no Para�so, h� enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sist�mica. - � mesmo? - Pode acreditar porque tenho PhD em Reengenharia. Por exemplo, n�o vejo ningu�m usando crach�. Como � que a gente sabe quem � quem aqui, e quem faz o qu�? - Ah, n�o sabemos. - Headcount, ent�o, n�o deve constar em nenhum vers�culo, correto? - H�...? - Entendeu o meu ponto? Sem controle, h� dispers�o. E dispers�o gera desmotiva��o. Com o tempo, isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas n�s dois podemos consertar tudo isso rapidinho, implementando um simples programa de targets individuais e avalia��o de performance. - Que interessante... - Depois, mais no m�dio prazo, assim que os fundamentos estiverem s�lidos e o pessoal come�ar a reclamar da press�o e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock options, com uma campanha motivacional impactante, tipo "O c�u � seu". - Fant�stico! - � claro que, antes de mais nada, precisar�amos de uma hierarquiza��o e de um organograma funcional, nada que din�micas de grupo e avalia��es de perfis psicol�gicos n�o consigam resolver. A�, contratar�amos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estrat�gias operacionais e estabelecer�amos algumas metas fact�veis de leverage maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista...Ele existe, certo? - Sobre todas as coisas. - �timo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias hi-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado esot�rico, por exemplo, me parece extremamente atrativo. - Incr�vel! - � obvio que, para conseguir tudo isso, n�s dois teremos que nomear um board de alt�ssimo n�vel. Com um pacote de remunera��o atraente, � claro. Coisa assim de sal�rio de seis d�gitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que voc� vai concordar comigo, Pedr�o. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turn-around radical. - Impressionante! - Isso significa que podemos partir para a implementa��o? - N�o. Significa que voc� ter� muito futuro em nosso concorrente. Porque voc� acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno. - Hum? - Deus lhe d� Paz, Sa�de, Alegria e Amor! E... vupt!
Max Gehringer
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Pra n�o perder o h�bito, versos.
TEMPO: SA�DA & ENTRADA
No tempo de minha av�, meu feij�o era mais s�rio. Havia um ou dois �culos me espiando atr�s de molduras ro�das. Mas eu era feliz, dentro da crian�a o outono dan�ava enquanto pulgas vadias dividiam os �culos.
Dentro da crian�a, as pulgas espiavam o outono vazio, dividiam minhas molduras ro�das por �culos vadios. No tempo do meu feij�o minha av� era mais s�ria.
VER
O dia. Arcos da manh� em nuvem. Riscos de luz como vidros arriados.
O claro. A praia armada entre a sintaxe do verde.
�reas do ar. Aves navegando as lajes do azul.
Poemas de Antonio Carlos Secchin publicado
por Magaly Magalhães às 12:30 AM
21.2.04
http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br publicado
por Magaly Magalhães às 1:15 PM
� Carnaval! N�o brinco o carnaval, nem mesmo assisto a suas manifesta��es pela televis�o. Aproveito os dias para p�r em ordem gavetas, livros, computador etc, mas tor�o pra que haja bom tempo, sol, ventinho suave, e os foli�es possam aproveitar os dias de festa liberando com m�sica, dan�a, exibi��o gratuita seus problemas e dissabores da vida comum.
A prop�sito, � interessante saber o que antrop�logos, escritores, artistas, carnavalescos pensam sobre o carnaval nesta �poca de globaliza��o. Tomemos um intelectual da categoria do poeta Ferreira Gullar que nos chama a aten��o para a antropofagia na globaliza��o do carnaval. Ele diz que a puls�o antropof�gica, apesar de universal assume, no Brasil, um car�ter permanente, �nico na Hist�ria. Em entrevista realizada pelo jornal O Globo, em 2002, Gullar diz :�O Brasil � um pa�s interessante porque sempre consegue transformar o que absorve em algo original. Isto � antropof�gico. A antropofagia n�o existiu como estilo, como produto acabado...� �Mas ela � natural de todas as sociedades. A arte grega vem da eg�pcia, a romana vem da grega. Ocorre que, no Brasil, � curioso, porque acontece muitas vezes ao longo da Hist�ria.� Tentando exemplificar a digest�o antropof�gica, ele afirmou que �primeiro era o pessoal da Zona Sul que se misturava nas escolas, e a gente dizia: tem branco no samba. Agora, importamos louras suecas e as devolvemos como mulatas passistas, que v�m aprender o samba na escola�. Sugerido pelo entrevistador, o jornalista Arnaldo Bloch, isso equivale a dizer que h� um imperialismo samb�stico brasileiro ao que Gullar reponde: �Isso! Na verdade, neste mundo altamente globalizado, uma metr�pole como o Rio preservar um tipo de manifesta��o como as escolas � impressionante. N�o h� exemplo em nenhuma metr�pole do mundo. A tend�ncia da metr�pole � limitar tudo que � primitivo na sua origem cultural. E aqui � algo que funciona o ano inteiro!. N�o sei at� quando vai durar. Talvez essa mescla seja o princ�pio do fim. Mas pode tamb�m ser um sinal de vitalidade.�
Estas afirma��es s�o de uma entrevista de Ferreira Gullar para O Globo, em 10/02/02.
Que tal agora um samba-enredo do Carnaval 2004?
Pediu pra par�, parou! Com a Viradouro eu vou. Pro C�rio de Nazar�
No m�s de outubro, em Bel�m do Par�, S�o dias de alegria e muita f� Come�o com extensa romaria matinal O C�rio de Nazar� Que maravilha a prociss�o, e como � linda A santa em sua berlinda E o romeiro, a implorar Pedindo � dona em ora��o pra lhe ajudar Oh, virgem santa, olhai por n�s Olhai por n�s, oh, virgem santa, Pois precisamos de paz. Em torno da matriz As barraquinhas com seus pregoeiros Mo�as e senhoras do lugar Tr�s vestidos fazem para se apresentar Tem o circo dos horrores Berro-boi, roda gigante As crian�as se divertem Em seu mundo fascinante E o vendeiro de iguarias a pronunciar Comidas t�picas do Estado do Par� Tem pato no tucupi, mu�u� e tacac� Mani�oba e tucum�, a�a� e alu�
(De D�rio Marciano, Nilo Mendes [Esmera] e Aderbal Moreira. Int�rprete: Dominguinhos do Est�cio
At� depois do Carnaval e divirtam-se! Cada qual a seu gosto!
publicado
por Magaly Magalhães às 11:23 AM
17.2.04
http://www.wholesaleoilpainting.com
Ballerine de Rosa Oil Painting de E. Degas publicado
por Magaly Magalhães às 12:47 AM
EU, PENSANDO...
�s vezes, penso inteiro, claramente, sem trope�os, como um carretel que libera seu conte�do ao mais leve est�mulo recebido. �s vezes, o pensamento parece preso, contido, como se uma concha o retivesse inexoravelmente em seu interior. Que dificuldade para liber�-lo, nem sempre inteiramente, e com dor, com sofrimento. Hoje? Barreiras despencam e dificultam a passagem. Sensa��o de insucesso por uma assimila��o que n�o se completou ainda, aus�ncia dorida, renitente...
Nem s� de saudade a gente vive. H� alegrias que v�m em compensa��o. Dois netos ingressam na faculdade de medicina. Como tantos que tiveram esta mesma satisfa��o, eu estou feliz e pe�o aos c�us que esses rapazes e mo�as mantenham o clima de ardor e entusiasmo que os levaram a realizar essa primeira conquista.
PERGUNTA
Estes meus tristes pensamentos vieram de estrelas desfolhadas pela boca brusca dos ventos?
Nasceram das encruzilhadas, onde os esp�ritos defuntos p�em no presente horas passadas?
Originaram-se de assuntos pelo racioc�nio dispersos e depois na saudade juntos?
Subiram de mundos submersos em mares, t�mulos ou almas, em m�sica, em m�rmore, em versos?
Cairiam das noites calmas, dos caminhos dos luares lisos, em que o sono abre mansas palmas?
Prov�m de fatos indecisos, acontecidos entre brumas, na era de extintos para�sos?
Ou de algum cen�rio de espumas, onde as almas deslizam frias, sem aspira��es mais nenhumas?
Ou de ardentes e in�teis dias, com figuras alucinadas por desejos e covardias?...
Foram as est�tuas paradas em roda da �gua do jardim...? Foram as luzes apagadas?
Ou ser�o feitos s� de mim, estes meus tristes pensamentos que b�iam como peixes lentos
num rio de t�dio sem fim?
LEVEZA
Leve � o p�ssaro: e sua sombra voante, mais leve.
E a cascata a�rea de sua garganta, mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve.
E o desejo r�pido desse antigo instante, mais leve.
E a fuga invis�vel do amargo passante, mais leve.
Os dois poemas s�o de Cec�lia Meireles Que lindeza!
publicado
por Magaly Magalhães às 12:13 AM
11.2.04 ATEN��o!
Corrigindo uma distra��o no 2� m�dulo do post anterior.
Em Paulo Leminski leiam, antes do pensamento que est� escrito em franc�s, estes dois outros:
la vie en close c�est une autre chose
c�est lui c�est moi c�est �a
S� quando havia terminado post � que achei esse dois outros. Encontram-se na capa do livro P. Leminski da Editora Brasiliense
Pe�o desculpas.
publicado
por Magaly Magalhães às 3:43 PM
10.2.04
www.wholesaleoilpainting.com
Levar del sole, de Claude Monet
publicado
por Magaly Magalhães às 11:44 PM
A maresia oxida os sentimentos" "...h� um tipo muito especial de sentimento entre as pessoas que n�o t�m a necessidade de quebrar sil�ncios."
Ana Maria Gon�alves
"J� chamei Dna. Inoc�ncia de Dna. C�ndida, C�sar de Augusto e Maria das Dores de Maria do Socorro. N�o t� brincando n�o. Que eu me lembre, s� nunca chamei urubu de meu l�ro - assim, literalmente, bem entendido."
Cl�udia Letti
"... Harry � o t�pico protagonista dum livro infantil brit�nico. �rf�o de pai e m�e, bonzinho, criado por tios maus e com um primo de sua idade, mimado e infernal."
Pedro Doria
"Toda pessoa, sem d�vida, � um exemplo �nico, um acontecimento que n�o se repete. Mas poucas pessoas, talvez nenhuma, lembram essa verdade com tamanha for�a como Jo�o Guimar�es Rosa."
Paulo R�nai
"E o dilema � muito expl�cito: devo ou n�o manter esses �cones de f� cat�lica como tal, sendo eu t�o pouco cat�lico? Descendo ao por�o pragmatista da barganha - marca da maioria dos atos ditos de f�: ter� algum efeito essa devo��o meia-goma?"
Eraz� Martinho
Hum! Como ati�am a curiosidade!
Querem saber como encontar o artigo ao qual cada dessas cita��es pertence?
�s voltas com Paulo Leminski: "c�est la vie des choses qui n�ont pas um autre choix".
estrela cadente eu olho o c�u partiu para uma carreira solo
fruto suspenso a que susto perten�o?
sobressalto esse desenho abstrato minha sombra no asfalto
esta vida � uma viagem pena eu estar s� de passagem
longo o caminho at� uma flor s� de espinho
arisco a�o a partir de ti refa�o uma alma em peda�os
o dia � um escombro o v�o das pombas sobre as pr�prias sombras
inverno � tudo o que sinto viver � sucinto
primavera de problemas a luz das flores grandes assombra as flores pequenas
muito rom�ntico meu ponto pac�fico fica no atl�ntico
believe or not this very if is everything you got
chove no orvalho a chave na porta como uma flor no galho
publicado
por Magaly Magalhães às 11:14 PM
6.2.04
Fa�a-se a luz
publicado
por Magaly Magalhães às 9:22 PM
Estou aqui, agora, por um motivo muito especial. Uma amiga alagoana, da cidade de Arapiraca, sens�vel poeta e inspirada criadora de belas telas faz o lan�amento de seu livro de poesias. Trata-se da j� conhecida na Internet, atrav�s de alguns sites de poesia, L�da Yara Motta Mello, e conhecida tamb�m aqui entre meus leitores, que, de vez em quando, recebem um poema saidinho do forno, tal qual ela me manda. A Noite de aut�grafos ser� hoje, em sua cidade natal. O livro - Meus Sonhos - reproduz na capa uma de suas telas, intitulada Fa�a-se a Luz. Criadora vers�til, ela passeia por todas as sendas da poesia, indo de versos ing�nuos a contundentes versos de den�ncia; da sensualidade � mais pura f�; e ainda nos brinda com poemas em linguagem inculta, "matuta", com uma gra�a inimit�vel. Esperamos seu livro, Leda, amorosamente e esteja certa de que j� estamos dizendo: Bem-vindos sejam os seus sonhos.
Assim � que, com muita alegria e entusiasmo, deixo aqui dois de seus poemas: o poema com que ela inicia o livro e o poema com que o finaliza.
MEUS SONHOS
Meus sonhos n�o morrem. S�o parte de mim. Retalhos de vida, marcando um tempo. Constela��es que vislumbro no dorso do cavalo alado da esperan�a, percorrendo caminhos, idealizando um amor, escutando, na alma, um acalanto de espera, antecipando o futuro, com sabor de presente que degusto, mansamente, na ante-sala do gozo das realiza��es plenas.
Meus sonhos n�o morrem. S�o fragmentos de alma. S�o a brisa do mar refrescando o meu esp�rito, a correnteza caudalosa que me impulsiona para a vida, a relva macia em que repousa o meu cansa�o. Meus caminhos de ir, �s vezes de chegar.
Meus sonhos n�o morrem. S�o sementes de vida. H� os sonhos que germinam, florescem e produzem os frutos que alimentam a minha hist�ria. Aben�oados sejam os sonhos que frutificam! S�o os que irradiam para o universo o sorriso e a alegria do colorido da vida.
Meus sonhos n�o morrem. S�o rega�os que abrigam. H� os sonhos que, apesar da f� e da persist�ncia, n�o conseguem eclodir para o real. Nasceram para preencher lacunas de solid�o, ado�ar com mel o amargor dos combates perdidos, repousar o cansa�o da alma inquieta. Aben�oados sejam os sonhos que n�o eclodem! S�o anjos de candura que nos embalam quando a aridez da vida apresenta o seu cart�o de visita.
Meus sonhos na morrem. Integram-se no universo. Os sonhos n�o vividos liberto-os, para que aben�oem outras vidas. Um �ltimo afago, um pensar de saudades, um brilho de l�grima, um aceno de adeus... Voam para o infinito, nos bra�os da esperan�a at� confundirem-se, suavemente, com as �ltimas luzes de um p�r de sol.
REALIDADE OU SONHO? Sim, eu te amo, disso tens certeza O mesmo amor que conheceste um dia Completo, pleno e cheio de alegria. Difere, apenas, no tom de tristeza
Pela saudade que de t�o antiga J� nem d�i tanto, como em anu�ncia Por tua escolha em se fazer aus�ncia, Por me levares a presen�a amiga.
Devagar a bruma envolve o teu olhar O teu sorriso, o jeito de falar, Nossas lembran�as de um tempo risonho...
Imagens t�o vagas, no meu recordar Que, �s vezes, chego a me perguntar Se foi real ou se foi tudo um sonho.
Vamos dar parab�ns � Leda?
publicado
por Magaly Magalhães às 6:04 PM
5.2.04
Marc Chagall, Lilies do the Valley, 1916. Oil on canvas http://www.russianavantgard.com...
publicado
por Magaly Magalhães às 3:28 PM
Mais uma escritora que nos deixa...
HILDA HILST - poeta, dramaturga, ficcionista. Faleceu na madrugada dia 4 de janeiro, em Campinas/SP, aos 73 anos de idade, cinq�enta e dois dos quais dedicados � literatura.
Achei a not�cia aqui, num elucidativo texto, onde vamos encontrar, al�m de dados biogr�ficos, informa��es preciosas sobre a obra de Hilda e sua repercuss�o aqui, no Brasil, e no exterior.
Hilda n�o foi uma autora muito prestigiada pelo p�blico, mas, nos meios liter�rios, seu valor foi reconhecido desde cedo e alguns de seus livros vieram a ser traduzidos para o franc�s, ingl�s, italiano e alem�o. Os sete pr�mios liter�rios que conquistou s�o uma prova evidente da for�a de sua palavra, da profundidade de sua obra.
Pr�mios alcan�ados:
Em 1962, o Pr�mio PEN Clube de S�o Paulo, por "Sete Cantos do Poeta para o Anjo" (Massao Ohno Editor, 1962).
Em 1969, pela pe�a "O Verdugo", o Pr�mio Anchieta, um dos mais importantes do pa�s na �poca.
Em 1977, a Associa��o Paulista dos Cr�ticos de Arte - Pr�mio APCA - elege "Fic��es" (Edi��es Qu�ron, 1977) o melhor livro do ano.
Em 1981, o Grande Pr�mio da Cr�tica para o Conjunto da Obra, pela mesma APCA.
Em 1984, a C�mara Brasileira do Livro concede o Pr�mio Jabuti a "Cantares de Perda e Predile��o" (Massao Ohno - M. Lydia Pires e Albuquerque editores, 1983).
Em 1985, a mesma obra recebe o Pr�mio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de S�o Paulo).
Em 1993, "R�tilo Nada" (editora Pontes) arrebata o Pr�mio Jabuti como melhor conto.
Hilda foi uma mulher preocupada com a imortalidade da alma e vivia estudando F�sica, Filosofia e Matem�tica para deixar de considerar s� lado metaf�sico e conseguir provar suas teses cientificamente. N�o foi levada a s�rio.
Sobre o valor de Hilda Hilst, manifestaram-se:
CAIO FERNANDO ABREU: "Eu nunca conheci uma escritora t�o tomada pela paix�o da palavra como a Hilda. Ela � b�rbara."
CLAUDIO FRAGATA: "Deus, a paix�o e a morte. Estes s�o os tr�s temas sobre os quais a escritora paulista construiu uma das mais intrigantes obras da literatura mundial".
J. L. MORA FUENTES: (...) "Hilda Hilst pertence ao patamar dos grandes artistas, cuja essencialidade nos imp�e o dever de preservar todos seus escritos. N�o � surpresa, portanto, que a Unicamp tenha comprado, recentemente, seu arquivo particular. Da mesma forma, ao editar a totalidade das cr�nicas, a editora Nankin n�o apenas respeitou a vontade da autora, mas beneficiou o leitor com esse registro permanente. S�bia de requintes que nos permitem avan�ar no pouco-nada que intu�mos de n�s mesmos, Hilda desmascara sem pudor, seja com cascos, suaves garras, r�spidas car�cias, nossos mais preciosos �cones. E assim revela nosso rosto verdadeiro."
ANT�NIO OLINTO: (...) "Estamos ingressando num per�odo de p�s-modernidade na poesia brasileira? Ou ele j� veio, disse ao que veio, e sumiu, sem que o not�ssemos? Se a palavra "modernidade" n�o pode, segundo in�meros tratadistas, ser definida com precis�o, a "p�s-modernidade" o seria ainda menos. Vejo, contudo, no riqu�ssimo panorama da poesia brasileira deste momento, uma representante da mais desabrida e forte p�s-modernidade. Falo de Hilda Hilst, cujo livro "Do Amor", agora publicado, � de uma perfeita adequa��o ao desejo, normal numa poesia liberta, de ir al�m do que foi feito antes e chegar � conquista de um verso inconfundivelmente original."
. Pra homenage�-la, uma de suas composi��es po�ticas:
POESIA XXII
N�o me procures ali Onde os vivos visitam Os chamados mortos. Procura-me Dentro das grandes �guas Nas praias Num fogoso cora��o Entre cavalos, c�es, Nos arrozais, no arroio Ou junto aos p�ssaros Ou espelhada Num outro algu�m, Subindo um duro caminho
Pedra, semente, sal Passos da vida. Procura-me ali.
publicado
por Magaly Magalhães às 11:21 AM
1.2.04 publicado
por Magaly Magalhães às 6:05 PM
Estamos novamente com novidades imperd�veis no Imagens & Palavras. Ningu�m, em s� consci�ncia, pode perder textos t�o elucidativos, como esses escolhidos por Meg, para compor a lista de artigos oferecidos � comunidade blogueira.
Para tornar sempre lembrada a recomenda��o j� feita e repetida aqui, algumas vezes, quero explicar que o Imagens & Palavras � parte do blogue original de Meg - o muito bem conceituado SubRosa (http://www.meguimaraes.com/subrosa) que tantas emo��es tem causado ao mundo blogueiro em atividade.
O acesso ao Imagens & Palavras � muito simples. H� o banner correspondente no pr�prio blogue da Meg , o que � �bvio; aqui, neste, em que teclo agora e em muitos outros que j� se aliaram a esta boa fonte de informa��o e conhecimento. � s� clicar.
No I&P, h� exibido sempre um tema capaz de abalar a nossa aten��o, isto quando n�o est�o as historinhas curtas que fizeram o sucesso do Concurso de Narrativas Breves Haroldo Maranh�o (e ainda h� muitos finalistas a serem publicados).
Hoje, vou trazer aqui a p�gina com que Meg abriu o ARQUIVO em IMAGENS & PALAVRAS
SUBROSA EM PROSA
Uma sele��o dos melhores textos e imagens que tenho visto na Web desde que comecei o Sub Rosa. Este espa�o � nosso. � de todos, tal qual o SubRosa. Pe�o que - se puderem e quiserem - comentem os textos apresentados. Um abra�o a todos. Meg Guimar�es.
Carlito Maia e tradu��es
A Hist�ria do Brasil n�o passa de uma seq��ncia de erros de tradu�� o. Muitas vezes, erros crassos. Um exemplo? Muito f�cil. H� pouco mais de 30 anos, os americanos tinham l� um (bom) slogan patrioteiro: ''America: love it or leave it''. Pois bem, a ditadura militar no Brasil resolveu transp�-lo para o tr�pico : "Brasil, ame-o ou deixe-o". Pode haver pros�dia mais abomin�vel? O erro de tradu��o � acintoso N�o, o erro n�o est� no sentido literal da estultice, mas na sonoridade bovina da frase abrasileirada. O que soa bem em ingl�s, range feito um mugido em portugu�s. ''Ame-o ou deixe-o.'' Ningu�m fala desse jeito, s� dubladores (que em filmes de cowboy gritam barbaridades como ''Peguem-no! N�o o deixem escapar!''). ''Ame-o ou deixe-o''... Parece um desses exerc�cios que a gente faz quando vai a uma fonoaudi�loga, fazendo com o maxilar o mesmo movimento circular das vacas quando ruminam. E olhe que poderia ter sido pior. Se os militares tivessem convocado um publicit�rio, a coisa talvez sa�sse na linha criativa. J� imaginou o desastre? Como estamos aqui �s voltas com imagens pecu�rias, uma poss�vel tradu��o ''criativa'' me assalta a imagina��o: ''Brasil, ou voc� ama ou desmama''. Blergh... Ou: ''Brasil, ou voc� adora ou voc� cai fora''. Sim, eu sei, piorou. Vai ver que foi por isso que deixaram aquele ''amiuoudeixiu'' literal mesmo. Parece incr�vel, mas o vexame foi menor. Foi apenas mais um caso de erro de tradu��o. Erro de contexto. Id�ias fora de lugar, diria Roberto Schwarz. Slogans fora de lugar, isto sim. A nossa bandeira nacional tamb�m tem l�, bem no centro, o seu slogan fora de lugar. ''Ordem e progresso'', como se sabe, � um lema importado, traduzido e censurado. Veio da Igreja Positiva, inventada por Auguste Comte, cujo mote era: ''Amor, ordem e progresso''. Eu n�o sabia disso at� que, um dia, Carlito Maia me contou. Ele queria que a palavra ''amor'' entrasse na bandeira do Brasil. Ele tinha toda razzo. Seria mais justo, mais �ntegro e mais amoroso se assim fosse. Dizendo o nome de Carlito Maia eu, finalmente, chego a quem me leva a escrever este artigo. Esse quem ? Carlito Maia, que sempre defendeu o amor antes da ordem e muito antes da promessa de progresso. Carlito, que me ensinou a transformar o amargor numa risada. Que, rindo da autoridade, libertava a intelig�ncia. Carlito morreu no s�bado, no Hospital S�rio Liban�s, em S�o Paulo. Tinha 78 anos. Seu corpo sucumbiu a uma ''doen�a degenerativa cr�nica'', no dizer dos m�dicos. Sua atitude n�o sucumbiu. No caix�o, com bolinhas de algod�o no nariz e a boca entreaberta, velhinho e magrinho que s�, estava rindo. Rindo para mim e rindo de mim, um pobre jornalista que critica os publicit�rios. E rindo com raz�o: Carlito, um publicit�rio, me deu muita li��o de jornalismo. Foi um g�nio, mas isso n�o importa. Suas frases curt�ssimas, seus achados brilhantes, ainda que publicit�rios, desenharam em parte a fisionomia da cultura brasileira recente. Foi ele quem batizou a Jovem Guarda de Jovem Guarda. Melhor que isso: ele me contou, j� faz tempo, que tirou essa express�o de uma tradu��o portuguesa de uma obra de L�nin. Era uma frase mais ou menos assim: ''O futuro da humanidade repousa nos ombros da jovem guarda''. � uma apropria��o antropof�gica e magistral. De novo, um deslocamento de tradu��o nomeia a cultura brasileira. Carlito foi tamb�m o g�nio por tr�s da imagem do PT, uma esp�cie de Duda Mendon�a do bem. Criou os slogans ''oPTei'', ou o ''vaPT-vuPT'', ou o ''Lula-L�'', e mais uma longa lista. Orientou os primeiros programas de televis�o do Partido dos Trabalhadores, ao lado de Chico Malfitani e de Eraz� Martinho. Sem ele, o PT n�o teria a imagem que tem ou, melhor dizendo, a boa imagem que tem. Sobre a m� imagem, ele jamais teve a menor responsabilidade. Dizia apenas que o PT era dividido entre xiitas e chaatos. E, outra vez, tinha raz�o. Publicit�rio de esquerda, petista (n�o roxo, mas rubro) foi geren de comunica��o da Rede Globo em S�o Paulo. Era uma divertida contradi��o em termos. A Globo pagava os buqu�s de flores que ele mandava diariamente, desde os tempos da ditadura, para os amigos que aniversariavam, que tinham filhos, que lan�avam livros, que estreavam pe�as, que faziam discursos de oposi��o no Congresso. Depois que sua doen�a come�ou a se agravar assustadoramente, e isso de dez anos para c�, a Rede Globo pagou muito mais que flores. Pagou muito mais do que mandavam suas obriga��es trabalhistas. A Globo dedicou a seu funcion�rio ilustre uma aten��o que n�o ser� esquecida. Carlito jamais foi unanimidade, mas chegou muito perto. Foi velado com homenagens do PT, do MST e da Globo. Nada mais justo. O seu apelido, Carlito, era uma n�tida alus�o ao personagem de Chaplin, o Carlitos pobre, fr�gil, engra�ado e de cora��o puro. Era assim, ali�s, como um Carlitos � brasileira, que os cartunistas gostavam de desenhar Carlito Maia. Tudo a ver. O Carlitos do cinema desbancava todas as tiranias, desde a explora��o do trabalho (em Tempos modernos) at� o totalitarismo pol�tico (O grande ditador). O nosso Carlito fez igual. Foi, portanto, uma tradu��o viva do personagem solid�rio de Chaplin. Mas, exce��o a todas as regras, n�o foi um erro de tradu��o: foi um acerto magn�fico, isto sim. Melhor que o original. Por meio de Carlito Maia, o Brasil sonhou seus melhores sonhos. E sonhos n�o morrem.
eugenio@jb.com.br [27/JUN/2002]
Postado por Meg Guimar?es, 22 nov 2002 @ 22:28
COMENT�RIOS
1 - O meu latim j� deu para traduzir cesar depois esqueci:(beijos, mil) Postado por: *L , novembro 24, 2002 10:49 PM
2 - S� mesmo voc� para dar toda a aten��o poss�vel at� ao meu gasto latim heheh. Beijos, querida. Postado por: Meg, novembro 27, 2002 07:36 PM
3 - Muito bom este artigo e muito l�cido o jornalista que o assina. S�o valores como os que distinguiam o publicit�rio, os quais ele punha a servi�o de sua profiss�o, que a imprensa pode ser respeitada e prestar servi�os � coletividade. Muito boa sua escolha, Meg.
Postado por: Magaly, fevereiro 1, 2004 09:55 AM
Quem gostou do artigo e tiver vontade de manifestar-se sobre ele, v� ao Imagens & Palavras e use o sistema de coment�rios. Vai, com certeza, fazer a Meg feliz.
RECOMENDA��O:
J� que est�o no s�tio exato, procurem ler o artigo eu pauta, EM D�VIDA COM A MULHER, de CARLA RODRIGUES, onde, depois de introduzir o texto, ela responde a uma entrevista expondo de modo claro seus argumentos. Como a mat�ria tem pontos pol�micos, aquele que quiser debat�-los, ter� o sistema de coment�rios � sua disposi��o. O banner do I&P est� � esquerda do campo dos posts, aqui, neste blog.
Boa leitura! Espero que aproveitem.
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Para n�o terminar sem um poema, aqui deixo o lindo e, por isso mesmo t�o solicitado
SONETO DA SEPARA��O
De repente do riso fez-se o pranto silencioso e branco como a bruma e das bocas unidas fez-se espuma e das m�os espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento que dos olhos desfez a �ltima chama e da paix�o fez-se o pressentimento e do momento im�vel fez-se o drama.
De repente, n�o mais que de repente fez-se de triste o que se fez amante e de sozinho o que se fez contente
fez-se de amigo pr�ximo o distante fez-se da vida uma aventura errante de repente, n�o mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Que saudades, Vivicius!
publicado
por Magaly Magalhães às 5:59 PM