Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

online

Meu humor atual - i*Eu

envie-me um email



Links:

Imagens e Palavras

Meg
Xico
Cora Ronai
Flavia
Divagando
Carminha
Subrosa
Claudio Rubio
Ane Aguirre
Laurinha
Matusca
Suely
Claudia Letti
Helen
Telinha
Giniki
Teruska
Helo
Fal
Dudi
Fer
Vicky
Nelson da praia
Marco
Arquimimo
Angela Scott
Dauro
Bia Badaud
Angela do Mexico
Andre Machado
Aurea Gouvea
Ruth Mezeck
Ronize Aline
Ane Aguirre
Elis Monteiro
Cath
Wumanity
Telhado de Vidro
Beth
Milton Ribeiro
Stella
Veronica
Renata
Lucia
Thata
Zadig
Lamenha
annemsens
Cesar Miranda
Paulo Jose Miranda
Eiichi
Li Stoducto Stella Ramos Santos





Arquivos
Junho 2002
Julho 2002
Agosto 2002
Setembro 2002
Outubro 2002
Novembro 2002
Dezembro 2002
Janeiro 2003
Fevereiro 2003
Mar�o 2003
Abril 2003
Maio 2003
Junho 2003
Julho 2003
Agosto 2003
Setembro 2003
Outubro 2003
Novembro 2003
Dezembro 2003
Janeiro 2004
Fevereiro 2004
Mar�o 2004
Abril 2004
Maio 2004
Junho 2004
Julho 2004
Agosto 2004
Setembro 2004
Outubro 2004
Dezembro 2004
Janeiro 2005
Fevereiro 2005
Mar�o 2005
Abril 2005
Maio 2005
Junho 2005
Julho 2005
Agosto 2005
Setembro 2005
Outubro 2005
Novembro 2005
Dezembro 2005
Janeiro 2006
Fevereiro 2006
Abril 2006
Maio 2006
Junho 2006
Julho 2006
Agosto 2006
Current Posts



Design de
Rossana Fischer








avalie este blog!
O melhor! Excelente! Bom Regular Pode Melhorar





30.1.03
 
"Combinando uma usina de percuss�o com viol�o eletrificado e letras inspiradas na poesia dos emboladores e nas profecias do sert�o...", o grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado surge como um fen�meno no cen�rio musical, n�o s� no Brasil como na Europa, lotando as casas de show de qualquer percurso. Criado em 1997, em 1999, lan�ava seu disco (independente e hom�nimo) de estr�ia, alcan�ando um total de venda de 20 mil c�pias. Lan�a agora seu segundo disco -"O palha�o do Circo sem Futuro" - com o mesmo sucesso. O Teatro Rival acabou de receb�-lo para duas apresenta��es, domingo (26 / 01)e ter�a-feira (28 d / 01), ocasi�es em que teve seu espa�o lotado por um p�blico cheio de entusiasmo.
Segredo de sua sedu��o : o grupo sabe transformar em universal o que � regional. Seus talentosos m�sicos s�o o violonista Clayton Barros, o letrista e vocalista Lirinha e os percussionistas Emerson Calado, Henrique e Rafa Almeida que elaboram muito bem o clima apocal�ptico caracter�stico da m�sica sertaneja nordestina.

.S� para voc�s sentirem o gostinho do produto oferecido, vai um trecho de "A �rvore dos Encantados" :

Escuto
O trov�o que escapou
As ladainhas das mulheres secas
Herdeiros do fim do mundo
Isso n�o � real
N�o
I

Informa��es tiradas do artigo de Bruno Porto em O Globo de ter�a-feira passada, dia 28 / 01/03.

------ xxx------

Estou com M�riam Leit�o quando encabe�a seu artigo "Sem Compara��o" em Panorama Econ�mico de O Globo de hoje (30 /01)
nestes termos :
"O presidente Lula teria dito que n�o se pode permitir que a Constitui��o venezuelana seja rasgada; do contr�rio, a pr�xima ser� a brasileira. O conflito l� n�o � entre os defensores da Constitui��o e os golpistas. N�o h� paralelo entre o que acontece l� e aqui .Os presidentes Ch�vez e Lula t�m hist�rias diferentes. A identifica��o entre os dois � for�ada e prejudicial ao Brasil."

Num texto inteligente, marca desta colunista da �rea econ�mica, que discorre com compet�ncia e propriedade sobre os mais variados assuntos da pol�tica econ�mica, ela aponta as raz�es pelas quais n�o se pode e n�o se deve fazer a tal identifica��o entre as duas personalidades, dando uma mostra convincente de que o conhecimento dos fatos aliado a uma capacidade de an�lise minuciosa das circunst�ncias que envolvem cada situa��o � um bom indicador de maturidade pol�tica. Muito bem, M�riam.

-------xxx--------






publicado por Magaly Magalhães às 5:04 PM
25.1.03
 
No dia 15, ao recome�ar depois do involunt�rio hiato ocorrido em minhas publica��es, terminei a sauda��o do reencontro , perguntando quem seria o autor do soneto cujo �ltimo terceto eu deixava ali escrito.Vou deixar agora o primeiro terceto pra ver quem sente o estilo do festejado poeta e consegue acertar no nome do pr�prio.

"T�o louca a minha amiga, linda e louca
Minha amiga, em seu branco devaneio
De mim, eu de amor pouco e vida pouca"

Se algu�m acertar, favor colocar al�m do nome do autor as duas quadras que comp�em o soneto sem t�tulo que estou apresentando.
O poeta fez carreira diplom�tica, enriqueceu m�sicas de compositores c�lebres com letras magistrais e tem um poema que � reproduzido em quase toda antologia, cujo �ltimo verso tornou-se frase obrigat�ria em se falando de amor...

Ent�o? Assim est� mais f�cil?

E aqui fica, � guisa de modelo do fazer po�tico, mais um soneto do autor em quest�o :

SONETO DA CRIA��O

Deus te fez numa f�rma pequenina
De uma argila bem doce e bem morena
Deu-te uns olhos min�sculos de china
Que parecem ter sempre um olhar de pena.

Banhou-te o corpo numa fonte fina
Entre os rubores de uma aurora amena
E por criar-te assim, leve e pequena
Soprou-te uma alma c�lida e divina.

T�o formosa te fez, t�o soberana
Que dar-te aos anjos por irm� queria
Mas ao plasmar-te a carne predileta

Deus, comovido, te criara humana
E para justa moradia
Atirou-te aos bra�os do poeta.

Rio, 28 /3 /1938


Est� bom assim? At� mais.






publicado por Magaly Magalhães às 7:36 PM
23.1.03
 
a nobre arte

a nobre arte
de viver t�o pouco
nobre t�o pouco arte
n�o em palcos
mas em corpos de sangue
em carne-viva sobre ossos esculpidos
silenciosa, an�nima, animicamente

Cl�udio

�ta! Isso se chama talento e inspira��o! � por isso que n�o deixo de ler o blog do Claudinho.


Tendo feito refer�ncia aos poetas da Gera��o 45, no post passado, sinto-me inclinada a complementar essa abordagem sobre poesia contempor�nea, fazendo coment�rios acerca de alguns de seus muitos representantes.
Jo�o Cabral de Melo Neto � um deles. Este pernambucano, que recebeu influ�ncia de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, conseguiu criar um estilo personal�ssimo, um estilo enxuto, econ�mico, em que a linguagem, sem verbalismos, se reduz ao estritamente essencial. Seguindo a tend�ncia contempor�nea - a poesia social - ele � autor de um auto de Natal, "Morte e vida severina narrando a caminhada de Severino desde o sert�o at� sua chegada a Recife. O poema � uma reflex�o e, ao mesmo tempo, um depoimento sobre problemas sociais do Nordeste brasileiro.
Um pequeno trecho j� d� no��o do despojamento verbal e de estilo :

O retirante explica ao leitor quem � .

--O meu nome � Severino,
n�o tenho outro de pia
.......................................................
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabe�a grande
que a custo � que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais tamb�m porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que � a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
( de fraqueza e de doen�a
� que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e at� gente n�o nascida).

Agora vou transcrever o trecho final. Como se trata de trechos soltos, cabe aqui uma explica��o Sem esperan�as, cansado de sofrer priva��es, Severino decide matar-se. Est� conversando com seu Jos�, mestre carpina, quando surge uma mulher e avisa ao mestre que seu filho acaba de nascer. Vizinhos e amigos comemoram o acontecimento. H�, ent�o a fala final que se segue :

O carpina fala com o retirante.

--Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu n�o sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se n�o vale mais saltar
fora da ponte e da vida;

nem conhe�o essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
� dif�cil defender,
s� com palavras, a vida,
ainda mais quando ela �
esta que v�, severina;

mas se responder n�o pude
� pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presen�a viva.
E n�o h� melhor resposta
que o espet�culo da vida:
v�-la desfiar seu fio,
que tamb�m se chama vida,
ver a f�brica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
v�-la brotar como h� pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando � assim pequena
a explos�o, como a ocorrida;
mesmo quando � uma explos�o
como a de h� pouco, franzina;
mesmo quando � uma explos�o
de uma vida severina.


Fim da conversa de hoje. Preciso me policiar; tenho dificuldade de parar quando me entusiasmo por um assunto.
Uma notinha s� a mais:
Este auto foi levado ao teatro, musicado por Chico Buarque de Holanda, tendo alcan�ado sucesso consider�vel.

At� breve.





publicado por Magaly Magalhães às 12:28 AM
20.1.03
 
De vez em quando, em nossos coment�rios sobre poesia contempor�nea, refiro-me � Gera��o de 45. Os poetas dessa gera��o praticaram uma poesia com rigor artesanal, explorando temas pessoais e l�ricos, rejeitando a irrever�ncia e a anedota.
Ledo Ivo � um de seus representantes e comparece aqui com o seu

SONETO DE ABRIL

Agora que � abril, e o mar se ausenta,
secando-se em si mesmo como um pranto,
vejo que o amor que te dedico aumenta
seguindo a trilha do meu pr�prio espanto.

Em mim, o teu esp�rito apresenta
todas as sugest�es de um doce encanto
que em minha fonte n�o se dessedenta
por n�o ser fonte d��gua, mas de canto.

Agora que � abril, e v�o morrer
as formosas can��es dos outros meses,
assim te quero, mesmo que te escondas:

amar-te uma s� vez todas as vezes
em que sou carne e gesto, e fenecer
como uma voz chamada pelas ondas.


Esta renova��o de linguagem, surgida nos primeiros momentos do Modernismo, atingiria o seu cl�max com o Concretismo que prop�e uma poesia n�o linear, mas espacial. Surgem novas formas de express�o po�tica tendo em vista o visual, o aspecto material dos signos, as formas, as cores, a decomposi��o e montagem das palavras, determinando a cria��o de estruturas que se
interligam visualmente :

"beba coca cola
babe cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
cloaca"



J� em 1962, uma outra tend�ncia se faz sentir, gerando a poesia Pr�xisque op�e � palavra-coisa, a palavra-energia. O poema n�o � um "objeto" est�tico, mas um "produto" din�mico, podendo transformar-se por a��o do leitor. O poeta, ao compor um
poema, deve distanciar-se do significado humano daquilo sobre o que elabora, estabelecendo uma ponte entre o poeta e a vida social.
Vejamos um exemplo no poema de M�rio Charmie:

VE�CULOS DE MASSA

o vidro transpar�ncia / olho cego consci�ncia
a consci�ncia no v�deo / a transpar�ncia do vidro
o povo cego da pra�a / o olho negro da massa
a pra�a de olho cego / a massa de olho negro

o vidro transpar�ncia
o cego consci�ncia
a massa diante do v�deo
a massa = olho de vidro

a pra�a de olho negro
o povo = olho morcego

sem ver o povo com a venda
a c�mara negra = sua tenda

sem ver / a venda no olho do povo
te v� / a c�mara negra do sono

( De "Objeto selvagem", S�o Paulo, Quiron, 1977, p.417.


Revisitamos de modo breve a Gera��o 45. Mas ainda podemos especular sobre alguns poetas contempor�neos que conquistaram seu lugar de honra na literatura.

� demain, plagiando um conhecido cronista social, j� desaparecido.






publicado por Magaly Magalhães às 1:18 AM
16.1.03
 
Gente! Que bom estar de volta! Andei com problemas em minha m�quina, o que me afastou de voc�s por 25 dias.Volto ansiosa por conversar, mas n�o vai ser hoje ainda. Por ora, quero s� avisar que estou formatad�ssima, novinha em folha, mas ocupada com a terefa de repor tudinho em meu computador zerado. Em poucos dias, estarei aqui para comentarmos algo de interessante, extravagante ou extraordin�rio que, por ventura, esteja rolando por a�, diante de n�s.
Espero que tenham passado bem nas festas de fim de ano e estejam estreando 2003 de modo auspicioso.

"Assim � que, partindo eu vou levando
Toda a desola��o de um at�-quando
num ardente desejo de at�-breve"

Quem terminou um soneto com a estrofe acima reproduzida? Quem? Quem? Quem vai responder?

Abra�o grande a todos.





publicado por Magaly Magalhães às 12:41 AM