Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

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25.2.03
 
Estou pegando carona com a Flávia e dando minha contribuição para eleger o Interney na competição pelo Top 3. Ele merece, gente! É um blog cujo setor de serviço dificilmente encontra parelha. Atualíssimo, informativo, rico em detalhes ele vem formando blogueiros que já atuam com desenvoltura e competência. Empunhemos o banner da Flávia. Conduzamos o http://www.interney.net à vitória.

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E o susto que tomei por esses dias? Pensei que tivesse perdido este meu blog. Primeiro, desapareceu da tela. Com pouco tempo voltou, mas não podia ser acessado para postagem.
Um segredo: Descobri que já amo esse filho temporão!!! É... Sinto falta de estar com ele, falar pra ele, às vezes até confessar-me a ele, mesmo assim pobretão, sem engenho e arte, no meio de uma multidão de blogs bem apessoados, blogs vips, blogs artísticos, blogs alegres, blogs fantasiados, musicados, sofisticados. No meu, plantei minha alma...
Agora, voltou tudo ao normal. Deve ter sido da inserção do Blogger ao corpo do Google, acomodações passageiras que logo, logo estarão solucionadas.Continuemos a blogar, guglando. Já tem gente dizendo que o negócio agora é BLOOGLE! É isso aí.

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E os desmandos pela cidade hoje? Que é isto, minha gente?! Aonde vamos parar?

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Agora, fica por conta do poeta maior da literatura portuguesa a conclusão do post de hoje.

Autopsicografia

Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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Chega ao fim nosso encontro de hoje.

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publicado por Magaly Magalhães às 2:15 AM
16.2.03
 
Tensão alta. Guerra a ser deflagrada. É isso que nos traz o milênio corrente? Eu cri que não haveria mais guerras envolvendo o mundo. Eu cri na capacidade humana de absorver o exemplo das experiências anteriores : duas recentes guerras mundiais quase seguidas, vidas cortadas, juventude quebrantada, cidades destruídas, o caos em muitos pontos do planeta.
As guerras locais já deixam sensação de angústia, tendo como causa ora o confronto de correntes religiosas; ora o confronto de etnias; ou a exploração econômica. Disto para uma guerra mais ampla é só um passo quando se mobilizam as grandes potências do mundo.
Não condeno este ou aquele país, condeno a guerra em si, a destruição, a ceifa de vidas, as razões que levam os homens a se digladiarem e se trucidarem. Já é tempo de a humanidade resolver seus problemas sem armas, sem invasões, sem ataques, sem maldade; desenvolver mecanismos de ajuda mútua através de pactos, sem sentido de exploração de qualquer ordem; diminuir a distância entre países desenvolvidos, países em desenvolvimento e países decadentes até atingir um equilíbrio razoável para a coexistência pacífica. Fora disso, a humanidade estará irremediavelmente perdida.
Não tenho autoridade para me externar sobre assuntos que requerem conhecimento de história, política externa e interna, economia, filosofia, diplomacia. Clamo só contra os efeitos de uma guerra numa era em que tanto se alcançou em desenvolvimento material, em avanço da tecnologia, em progresso das diversas ciências.


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Pra amenizar a tensão, li no Ancelmo Góis : "A BBC vai investir US$ 3 milhões no país este ano. Além de ampliar a redação brasileira em Londres, que terá este ano 40 jornalistas, a empresa transmitirá 12 horas diárias de rádio para o Brasil e atualizará o site 24 horas por dia."

É. Resultado da atuação do presidente Lula que fez aumentar a curiosidade sobre o Brasil no exterior.

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Pra não dizer que não falei de flores...

Operação Alma


Há os que fazem materializações...
Grande coisa! Eu faço desmaterializações.
Subjetivações de objetos
Inclusive sorrisos,
Como aquele que tu me deste um dia
Com o mais puro azul de teus olhos
E nunca mais nos vimos.
(Na verdade, a gente nunca mais se vê...)
Há muito que ele faz parte de certos estados do céu,
De certos instantes de serena, inexplicável alegria,
Assim como um vôo sozinho
põe um gesto de adeus na paisagem,
Como uma curva de caminho,
Anônima,
Torna-se às vezes a maior recordação
de toda uma volta ao mundo !


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Por hoje, fico por aqui. Até...













publicado por Magaly Magalhães às 1:37 AM
12.2.03
 
Vocês se lembram da época dos festivais de música? 1969 - ano em que o FIC deu como vitoriosa a música LUCIANA, de Paulinho
Tapajós e Edmundo Souto, o que, ao que parece, não era o que esperava a platéia , arrebatada pela figura e voz do cantor inglês Malcolm Roberts. Realmente, apresentando-se com uma música de melodia fácil e letra simples, o cantor , no entanto, conseguiu desenvolver uma empatia muito forte com o público, produzindo a decepção da maioria pela vitória da canção brasileira. São passados 34 anos desde então. A moçada mais nova, que se interessa por esses assuntos, talvez conheça tais detalhes pela memória da imprensa.
O Obituário de O Globo traz hoje a notícia de que, no dia 8 passado, aos 58 anos, um ataque cardíaco vitimou Malcolm Roberts, em Londres, aquele que não levou o cetro do Festival da Canção, mas saiu como seu melhor intérprete masculino.

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"O homem é um Deus quando sonha e não passa de um mendigo quando pensa"

"Os homens escrevem ficcções porque estão encarnados, porque são imperfeitos. Um Deus não escreve romances."

"Não há outra maneira de se alcançar a eternidade senão afundando no instante."

"O homem ganhou o mundo mas perdeu-se de si mesmo."

"Querem uma originalidade absoluta? Isso não existe, nem em arte nem em nada. Tudo se constrói sobre o anterior, e em nada do que é humano, é possível encontrar pureza.Os deuses gregos também eram híbridos e estavam "infectados" por religiões orientais e egípcias. Também Faulkner provém de Joyce, de Huxley, de Balzac, de Dostoievski. Há páginas em "O som e a fúria" que parecem plágio de Ulisses. Há um fragmento de "O Moinho de Flos" em que uma mulher experimentava um chapéu diante de um espelho : é Proust. Quer dizer, o germe de Proust. Todo o resto é desenvolvimento.
Desenvolvimento genial, quase canceroso, mas mesmo assim desenvolvimento."

"O escritor e seus fantasmas", de Ernesto Sabato. Tradução de Pedro Maia Soares.Companhia da Letras.

Este livro é de 1963, mas permanece vigoroso e atual . O escritor argentino investe contra a mais perigosa deformação do realismo - o nacionalismo na arte.

Vale uma releitura.

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ATENÇÃO! ------------------>Conheçam este epitáfio:

"Chegar lá já foi a partida
De onde estive até nascer
Viver só custou a vida
Não custa nada morrer".

É trecho do poema "Epitáfio" de Jorge Wanderley e está agora em "Antologia poética", Editora Ateliê .
O nome do poeta pernambucano está ligado à revista "Poesia sempre", da Biblioteca Nacional. Rigoroso consigo próprio, seus poemas e traduções eram revisados incansavelmente, do que resultou uma obra cristalina. Deixou-nos em 1999.
Antonio Carlos Secchin, falando do poeta, diz que "uma suave ironia perpassa a obra de Jorge, que desdramatiza, quando possível, as próprias mazelas: a incerteza do lugar do poeta, as agruras de uma renitente insônia, a confrontação com a morte."

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As notas sobre Sabato e Jorge Wanderley foram tiradas de "Prosa e Verso" de O Globo de sábado passado (8 / 2).

Fico por aqui. Até mais.










publicado por Magaly Magalhães às 7:15 PM
5.2.03
 
Por acaso, vocês já guglaram hoje? Não acredito! Nem uma glugada, pelo menos? Uns cinco minutinhos gúglicos , fazem a diferença e como!
É... como diz Carlos Alberto Teixeira, o Cat, "Guglar: um verbo novo no pedaço". Acrescente-se a isso todo o cortejo das palavras cognatas . Sonoras como são, pela incidência de uma consoante gutural repetida em duas sílabas seguidas, mais o efeito de uma consoante molhada acompanhando o segundo g, este neologismo vai causar espécie! Vamos acompanhar sua trajetória.
E leiam o artigo do Cat na íntegra (Informática Etc de segunda-feira passada) .Vejam as previsões que ele faz para o mundo de nossos bisnetos e tetranetos, viajando na novidade de mais uma palavra cunhada nos domínios da Informática.

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E como vão os fãs de uma certa múmia que decidiu voltar a seu festejado sarcófago? Gostei de ver a recepção. Espero que agora seja pra valer.

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Hoje, não visitei ainda os blogs pelos quais passo diariamente. Ontem, estava uma festa .Cada um melhor do que o outro. Flávia na maior performance de blogueira! Garota de valor! Cora acima de comentários. Matusca numa volta triunfal. E Xico e Cláudio e Carminha e Meg e Helenice e... e... e...não dá para enumerar todos, nem visitar todos numa noite só (conto só c/ a noite pra essas andanças). E me sinto feliz. Qualquer dia, paro de postar para ter mais tempo para essa curriola e fico como a Bia Baddaud, visitando, comentando, entrando na vida destes companheiros virtuais com quem aprendi a conviver tão bem.

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E já se abeberaram na fonte de suavidade que é uma boa poesia intimista?

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto.E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Da sempre consistente e graciosa
Cecília Meireles.

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Assim, sob o efeito tranqüilizante do estro de nossa poetisa maior, desejo bons sonhos a todos. Até logo.


publicado por Magaly Magalhães às 11:45 PM