Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
21.3.04
Acho t�o mimosa esta cer�mica do Dudi Maia Rosa. E � exatamente com uma imagem assim delicada que quero dizer a voc�s :
"Cessa tudo o que a antiga musa canta que outro valor mais alto se alevanta."
� isso mesmo, vou parar ou quase parar. Por algum tempo apenas, enquanto dure a necessidade de zelar pela sa�de de uma pessoa especial, especial�ssima em minha vida. Se der, passarei por aqui, rapidamente, com um recado ou coisa semelhante. J� imagino a falta que vou sentir de todos, mas estimo que n�o ser� por tempo prolongado. Abra�os, muitos abra�os. publicado
por Magaly Magalhães às 2:12 AM
16.3.04
Oil painting por Van Gogh www.wholesaleoilpainting.com
publicado
por Magaly Magalhães às 2:27 AM
Este post � dedicado � nossa amiga Maria Elisa Guimar�es.
Meg, Estou repetindo, mas sei que voc� aprovar� a repeti��o. Repetir, dizer de novo aquilo que nos alimenta o esp�rito � dar continuidade a um prazer, ao prazer inenarr�vel de absorver a ess�ncia do que diz um poeta como M�rio Faustino, um de seus preferidos entre tantos que voc� tem elegido. Est� aqui, Meg, e � lindo demais:
SONETO
Necessito de um ser, um ser humano Que me envolva de ser Contra o n�o ser universal, arcano Imposs�vel de ler
� luz da lua que ressarce o dano Cruel de adormecer A s�s, � noite, ao p� do desumano Desejo de morrer.
Necessito de um ser , de seu abra�o Escuro e palpitante Necessito de um ser dormente e lasso
Contra meu ser arfante: Necessito de um ser sendo ao meu lado Um ser profundo e aberto, um ser amado.
******************
Outro poeta de quem voc� gosta muito tamb�m � Jorge de Lima.
Ora a musicalidade do poema da negrinha Ful�:
� Fulo? � Ful�? Cad� meu len�o de rendas, Cad� meu cinto, meu broche, Cad� meu ter�o de ouro Que teu Sinh� me mandou? Ah! Foi voc� que roubou, Ah! Foi voc� que roubou. ...
� Sinh� foi ver a negra a levar couro do feitor. A negra tirou a roupa, O Sinh� disse: Ful�! (Avista se escureceu que nem a negra Ful�) Essa negra Ful�! Essa negra Ful�! ...
(Aqui , ele � o int�rprete nativista do lirismo alagoano na mais pura express�o coloquial e tradicionalista).
Ora a cosmogonia de Inven��o de Orfeu que se encerra com esta mensagem:
No momento de crer, criando
Contra as for�as da morte, a f�
No momento da prece orando pela f� que perderam os outros
No momento da f� crivado com umas setas de amor �s m�os e os p�s, e o lado esquerdo Am�m.
***************
Esperamos, Meg, que voc� volte o mais cedo poss�vel para n�s com sua alegria, disposi��o e dinamismo. Voc�, realmente, nos faz muita falta.
publicado
por Magaly Magalhães às 1:40 AM
13.3.04
Roberto Stelzer / Engraving
publicado
por Magaly Magalhães às 1:51 AM
Nosso companheiro Cl�udio R�bio sabe dizer coisas com sabedoria espantosa. Vejam como consegue dissecar a verdade que exp�e de maneira convincente e bonita.
MANTENHA A DIST�NCIA
Quando gostamos de algu�m ou alguma coisa, nossa tend�ncia natural � a de nos aproximarmos cada vez mais desse objeto, certo? Sempre mais um pouquinho... mais um pouquinho... mais um pouquinho... Pois bem, esse movimento de aproxima��o � natural, espont�neo e esperado, mas, j� prestou aten��o ao que acontece enquanto nos aproximamos?
Fa�a a experi�ncia a�: olhe para um objeto qualquer, uma caneta, por exemplo. V� se aproximando dela. V� trazendo cada vez para mais perto dos olhos... O que acontece? Voc�, no come�o, voc� enxerga a caneta inteira e sempre um pouco melhor, mas, a partir de um determinado momento, come�a a n�o enxergar mais o que estava em volta da caneta, s� ela, depois nem a v� mais em seu todo, come�a a enxerg�-la em parte, e essa parte que voc� v� � cada vez menor, at� que vira um borr�o que voc� n�o compreende e, se continuar a aproximar, machuca a vista, podendo at� cegar. N�o � o que acontece?
Pois ent�o, quando nos aproximamos de um objeto qualquer, a partir de determinado momento come�amos a perder a vis�o do todo e, quando n�o h� mais um distanciamento cr�tico, nem o reconhecemos mais.
Para enxergar corretamente um objeto, precisamos respeitar essa dist�ncia m�nima necess�ria. Mesmo que o objeto seja a pessoa amada, um projeto, nosso trabalho, um amigo, a religi�o, uma decis�o a ser tomada.
Por isso, como tendemos a nos aproximar de tudo o que nos diz respeito, temos de tomar cuidado para n�o exagerar, porque, do contr�rio, acabamos por perder o distanciamento cr�tico e come�ar a fazer bobagens, a imaginar que nos misturamos a esses objetos cujos limites n�o enxergamos mais, ao ponto de confundirmos nossa pr�pria identidade com a identidade do objeto, complicando demais, criando problemas sob uma base irreal, inviabilizando a maior parte das solu��es poss�veis.
Quem est� distante, normalmente, al�m de nos ver trope�ar em nossos objetos feito patetas, ainda � capaz de enxergar nosso ambiente e perceber o quanto nossa confus�o o perturba, o quanto o transformamos num circo ou num hosp�cio.
Trope�amos no que nos interessa por horas, dias, meses a fio, a vida inteira e, quando vemos, somos enterrados com nossos problemas e complica��es: apenas objetos dos quais nos aproximamos al�m do que dever�amos, com os quais nos misturamos indevidamente, ao ponto de perder a percep��o dos limites que os separam de nossas individualidades.
Quando passamos do ponto, come�amos a n�o mais analisar racionalmente a pessoa, o problema, o emprego, a coisa, mas a julg�-los como partes de n�s mesmos, e esse hibridismo n�o corresponde � realidade, n�o faz sentido para quem est� distante e v� o quanto enlouquecemos em nosso cotidiano. Normais e insanos, passamos a ser considerados estranhos e a perder a confiabilidade.
Portanto, a melhor coisa a fazer nessa vida � manter dist�ncia suficiente de todos os objetos de nosso interesse - os amigos, amores, projetos, e tais - para n�o haver essa falsa fus�o, nem a contamina��o, confus�o entre n�s e eles.
Como dizem os budistas: exercitar o desapego para conhecer a Verdade e a Felicidade; tomar dist�ncia do objeto amado para eliminar a Ilus�o e o Sofrimento; trocar o desejo pela observa��o racional e inspirada.
� isso a�, ou quase... Beleza? Ponha em pr�tica. N�o vou cobrar nada. Minha humilde resposta a um e-mail precioso recebido de uma alma delicada.
http://www.circulando.com
Parab�ns, Cl�udio. Continue passando seus conhecimentos. A comunidade blogueira agradece.
publicado
por Magaly Magalhães às 12:56 AM
11.3.04
Imagem que ado�ou o meu dia: Flores e doces. por Hel�. Beleza pura, hein? Obrigada, companheira! publicado
por Magaly Magalhães às 12:29 AM
Imagem que enfeitou o meu anivers�rio: Kakis, por Cora. Quanta gentileza, que imagem original! Obrigada, amiga! publicado
por Magaly Magalhães às 12:22 AM
6.3.04
Uma pintura de Manet www.wholesaleoilpainting.com
publicado
por Magaly Magalhães às 2:16 AM
5.3.04 O que eu quero que voc�s saibam:
Que no pr�ximo domingo, dia 7 de mar�o, vai haver aqui um bolo de anivers�rio com 77 velinhas e, como n�o vai dar para eu apag�-las de um sopro s�, estou convidando a �galera� para me ajudar. N�o � uma charmosa dobradinha?
Que h� um site novo no ar o http://www.andrecampello.com.br, produzido por nosso companheiro de blog, o webdesigner Francisco Pires (http://xicopires.blogspot.com) para o compositor, violonista e professor Andr� Campello (meu filho).
Que uma pesquisa derruba o mito de que os internautas s�o sedent�rios e misantropos. �O trabalho, intitulado World Internet Project 2004, � uma compila��o de dados sobre o comportamento e os h�bitos de 30.000 usu�rios regulares da internet em 14 pa�ses. Ele mostra que os internautas praticam mais exerc�cios f�sicos, l�em mais livros e t�m uma vida social mais agitada do que aqueles, do mesmo n�vel s�cio-econ�mico, que n�o utilizam a rede�. O Brasil n�o consta do levantamento, mas os n�meros nacionais dispon�veis s�o semelhantes aos dessa pesquisa da Universidade da Calif�rnia.(Revista Veja de 3 de mar�o de 2.004).
Que Arnaldo Jabor sabe das coisas direitinho. Quem quiser saber a raz�o procure ler sua cr�nica de ter�a-feira passada (02/03/04), no Segundo Caderno de O Globo.
Que temos pela frente um mundo de coisas a fazer para melhorar a vida dos carentes de oportunidades, de educa��o, de sa�de, de vida �til, de aten��o. Cada um a seu modo, dentro de suas possibilidades, dando um pouco de seu tempo, em persistentes tentativas, ou atuando todos juntos, lograr�amos melhorar o dia-a-dia de muita gente.
Pra enfeitar meu par de setes no pr�ximo domingo, uma poesia bem linda dessas que sufocam a gente.
CAN��O QUASE INQUIETA
De um lado, a eterna estrela, e do outro a vaga incerta,
meu p� dan�ando pela extremidade da espuma, e meu cabelo por uma plan�cie de luz deserta.
Sempre assim: de um lado, estandartes do vento... - do outro, sepulcros fechados. E eu me partindo, dentro de mim, para estar no mesmo momento de ambos os lados.
Se existe a tua Figura, se �s o Sentido do Mundo, deixo-me, fujo por ti, nunca mais quero ser minha!
(Mas, neste espelho, no fundo desta fria luz marinha, como dois ba�os peixes, nadam meus olhos � minha procura ... Ando contigo � e sozinha. Vivo longe - e acham-me aqui ...!)
Fazedor da minha vida, n�o me deixes! Entende a minha can��o! Tem pena do meu murm�rio, re�ne-me em tua m�o!
Que eu sou gota de merc�rio, dividida, desmanchada pelo ch�o...
Cec�lia Meireles
publicado
por Magaly Magalhães às 10:22 PM
3.3.04
http://www.photo.net
publicado
por Magaly Magalhães às 11:31 AM
2.3.04
Um fato surpreendente, coisa boa de saber, objetivo alcan�ado.
GRUDE e CREAM - duas organiza��es a servi�o da vida digna.
GRUDE � Grupo de Defesa Ecol�gica CREAM � Centro de Refer�ncia em Educa��o Ambiental
Atuam em zonas de popula��o carente e t�m conseguido, por conta dos servi�os implementados e da dedica��o com que atuam para cumpri-los, resultados louv�veis.
Aqui est� quem pode falar de verdade do trabalho dessas ONGs .
UM POETA CHAMADO VINICIUS
Estou h� cinco meses tentando entender e n�o consigo, na boa Me explique como um curso pode mudar a vida de uma pessoa Se est� pensando que vou falar mentira, n�o vou Porque o que estou falando � verdade e eu assumo Conseguiram tirar os jovens das ruas e tamb�m das bocas de fumo Os jovens n�o ficam � toa na comunidade E est�o aprendendo a viver com dignidade No curso aprendemos coisas boas de que daqui a alguns anos vamos precisar Aprendemos que nada � imposs�vel e nossos sonhos podemos realizar Aproveitamento Alimentar, Agente de Sa�de, Agente Jovem, Agente Comunit�rio, Terceira Idade e Monitor Ambiental Esses s�o os cursos que t�m na minha comunidade, que legal! Nossos pais e av�s aprendem que n�o existem coroas E sim pessoas experientes que fundaram a nossa comunidade � isso que se aprende no curso da Terceira Idade S� fazem baderna e coisas erradas? Pelo contr�rio... S� fazem coisas boas, � assim o trabalho do Agente Comunit�rio Se voc� precisar de primeiros socorros e de algu�m que lhe ajude N�o precisa se preocupar, temos os Agentes de Sa�de Se baterem em sua porta uns jovens para conversar e saber de suas necessidades S�o os Agentes Jovens trabalhando em prol da comunidade Mas se voc� sair no port�o, vir um jardim e achar legal D� os parab�ns para o Monitor Ambiental Tem uma coisa que n�o posso deixar de falar Dessas pessoas iluminadas que t�m o dom de ensinar Joc�lia, Selma, Jupira, F�bio, Antonia, Vera s�o os professores de minha comunidade Eu s� pe�o desculpas pois n�o sei o nome da professora de Terceira Idade N�o posso deixar de falar da Orientadora Local Fab�ola d� muita bronca na gente mas ela � legal Meu curso � muito bom e o que � bom a gente nunca esquece Agrade�o a todos do GRUDE, CREAM e APD, em nome da Vila Moretti Embora tenha gente que com o curso n�o se agradou e tentou atrapalhar Mas nem Deus agradou a todos e eu s� posso lamentar E agora vou finalizar pois s� no curso eu descobri que tenho o dom de rimar Logo eu, quem diria, sou Vinicius, Monitor Ambiental, autor desta poesia
Vinicius Santos da Silva / Monitor Ambiental / Vila Moretti / Bangu
Garoto da comunidade, beneficiado pelo projeto,Vinicius sentiu-se t�o motivado que j� opera como Monitor Ambiental, tendo acordado em si a capacidade de criar, compondo em versos o reconhecimento da utilidade do trabalho dessas organiza��es.
N�o fica num caso ou outro o que se pode atingir em termos de resultados positivos. No boletim informativo desses projetos sociais onde colhemos as informa��es acima citadas (Social / APD � Rio Ano 1 /n� 4 / Outubro de 2003), encontramos tamb�m a not�cia de que Leonardo Freitas, de 23, anos que foi aluno da primeira turma do curso de Monitor Ambiental do GRUDE � atualmente diretor institucional do CREAM . Oportunamente, trarei uma entrevista dele sobre o trabalho das duas organiza��es.
Bom exemplo a ser seguido. Ajuda efetiva, a��o, em vez de reclama��es, censuras, temor da viol�ncia urbana. Esta � tamb�m uma tarefa dos cidad�os. A sociedade deve participar do atendimento �s popula��es carentes. N�o se trata de protecionismo. � aux�lio em forma de instru��o, educa��o, participa��o, cobran�a, aproveitamento de valores muitas vezes insuspeitados antes que seus jovens se voltem para o lado avesso da vida e se estiolem no crime e na pervers�o.
publicado
por Magaly Magalhães às 11:28 PM