Divulgar idéias próprias, combater o discurso invertido corrente, aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
 

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30.4.04
 


LILACS IN VASE

Oil painting - Edouard Manet


Uma doce madrugada para voc�s.

publicado por Magaly Magalhães às 2:24 AM

 
Algumas poetas...que marcam...ou marcaram

TUDO A PERDER

De Claudia Roquette-Pinto

O que se ganha com tanta dureza,
Que moeda cobre essa aridez?
Tudo de an�monas na folhagem
(como a imagem no poema)
- rasgo de alegria dentro do dia,
sem interesse em pedir comiss�o.
Tudo � com�rcio.
E o mundo, reduzido � sua mat�ria,
� oco e s�rio como um corpo largado na cama
(que n�o se ama), consumado.
Eu quero os momentos de o�sis,
Cada vez mais fugazes,
se espargindo da inf�ncia.
Mas at� as palavras gastaram
E p�em tudo a perder


CARTA DE DESPEDIDA

De Ana Cristina C�sar

eu me tinha iludido! eu me tinha iludido! a repeti��o � fundamental, meu caro, a repeti��o � fundamental, mas eu me sinto um pouco assim, assim, vamos embora, vamos dizer que tudo n�o passa, vamos dizer que med�ia te espera: medeia tem um aspecto mais moderno do que se podia imaginar: ando tal como um hamster , corro pra l� e pra c� qual exatamente um hamster (e n�o um hamster ferido). chega um ponto. eu sinto falta. digamos que � hora de come�ar a escrever �as mem�rias�. imagin�rias mem�rias boreais. tudo t�o antigamente sugestivo. imagin�-las auroras. munir-se de exemplos. contando-as criticamente. este projeto me atrai. o que � a metaf�sica? eu sinto que me desgarro, me desgarro, me des-garra r�tila no portal.
eu tinha me iludido!
espero qualquer chegada com uma frase: eu tinha me iludido.
acho que vou me suicidar.


Ana Paula In�cio (poeta portuguesa)

deixa as sand�lia
� entrada
por baixo da sombra do arbusto
o odor a s�ndalo
ser� o primeiro sinal
e as presilhas soltas, o segundo
deixa a t�nica
meticulosamente dobrada
debaixo do imediatamente a seguir
descansa, e pensa s� na avestruz
corre ent�o como ela
e a poeira que te arder� nos olhos
considera-a presen�a
de teu gosto vivo pelos p�ssaros


***


deixa o tempo fazer o resto
fechar as janelas
aplacar os barcos
recolher os v�veres
semear a sorte
acender o fogo
esperar a ceia

abre as portas: l� a luz
a sombra, a arte do passarinheiro

com tr�s paus
fazes uma canoa
com quatro tens um verso,
deixa o tempo fazer o resto.

(Textos encontrados na revista Inimigo Rumor, n� 10)



Nature Morte aux Fleurs
Oil painting - Marc Chagall

publicado por Magaly Magalhães às 12:50 AM
24.4.04
 



Era para ter postado este texto no dia 22 �ltimo para lembrar a data hist�rica. Faz parte do livro Redescobrindo o Brasil aos 500 anos, que re�ne textos de jovens brasileiros participantes do concurso patrocinado, na ocasi�o do anivers�rio dos 500 anos, no ano 2.000 , pela Tap.
Selecionados por dois grandes nomes da Academia Brasileira de Letras, Josu� Montello e N�lida Pi�on, os textos remetem � carta de Pero Vaz de Caminha � corte portuguesa anunciando o feito de Pedro �lvares Cabral.
Escolhi o premiado em 3� lugar, escrito por Fernanda Bonadio, da Universidade de Ribeir�o Preto � S�o Paulo.

Meu caro Pero,
Empresto-te meus olhos para que creias no que agora vejo. Caminha pelos meus passos e revive a alegria desta descoberta. Sente o calor deste sol que aquece o corpo e o sonho dos que aqui aportam, que aquece a transpar�ncia das �guas e a brancura das praias, que ilumina e fertiliza as florestas e os campos, que castiga o solo seco do sert�o e acaricia as serras na bruma da manh�.
H� aqui uma nova terra, meu caro, e diversa da que um dia viste. As praias que certamente encantaram teus olhos, encantam ainda os meus, e os de toda gente, mas trazem j� junto a si modernas cidades que prov�em o conforto e a seguran�a necess�rios a tamanho encanto. Existem, em algumas delas, grandes portos que permitem o interc�mbio entre produtos do mundo todo.
As imensas florestas abrigam uma mir�ade de esp�cies de animais e plantas, como pudeste v�-los outrora, e despertam interesse e admira��o. Entretanto, n�o ocupam mais todo o vasto territ�rio, e dividem o espa�o com in�meras cidades, pequenas e grandes, e com propriedades agr�colas que usufruem da riqueza do solo. Ocultos aos olhos, os tesouros do subsolo se tornam vis�veis atrav�s de grandes sider�rgicas dos inumer�veis tipos de min�rios utilizados aqui e exportados para outros pa�ses.
Desviemos um pouco o olhar do ch�o, caro amigo, para que possamos observar as movimentadas cidades. Nelas encontraremos ind�strias, com�rcio, todo tipo de servi�os e tecnologia, como em todas as grandes cidades do mundo. Se preferes, deleitemo-nos com a calma e o aconchego das pacatas cidadezinhas do interior, e sintamos o tempo arrastar-se, mais lento e fluido, no canto dos p�ssaros, no correr dos rios, ou no som plangente de um viol�o ao cair da tarde.
Considera agora, Pero, que por tr�s do viol�o h� uma m�o que o tange, e h� um cora��o sens�vel � beleza. Repara que por tr�s do bul�cio das grandes cidades h� o esfor�o por uma vida digna, h� a vontade de um pa�s melhor. Observa como o combust�vel das ind�strias e o adubo do solo s�o o suor e a for�a do trabalho �rduo e incans�vel. Atenta para a natureza exuberante e pr�diga e percebe como depende do cuidado e empenho de vozes que desprezam o tempo e clamam pelo futuro, que unem suas m�os para garantir sua vinda.
Essa, meu caro, � a maior riqueza desta terra. Estou certo de que n�o poderias sequer sonh�-la t�o grande e t�o forte. S�o pessoas que vieram de todas as partes do mundo para plantar aqui sua esperan�a e hoje formam a ra�a dos que acreditam. Sua cultura � a alegria, seu cora��o acompanha seus ritmos envolventes, sua voz canta a cor e a vida.
Esse povo conhece seu valor e n�o recua diante das dificuldades; antes, luta, supera-as e enobrece-se. � um povo de m�os dadas: no trabalho, para somar; na solidariedade, para compartilhar; na f�, para unificar. Seu olhar expressa a certeza de estar no caminho certo, e sua alma � t�o grande e generosa como o ch�o em que pisa. Seu rosto traz os tra�os marcados por quinhentos anos de coragem. �, assim, uma na��o com voca��o para o futuro e engenho para constru�-lo desde j�.
Imagino que estejas surpreso ante esta nova descoberta. O Brasil �, de fato, surpreendente. Fica, por ora, com essa imagem iluminada pelo meu entusiasmo. O futuro se encarregar� de enviar-te outras cartas.




Para finalizar, um poema da poeta portuguesa por nascimento, brasileira por op��o - Maria Helena Varela - constante de seu livro Labirintos e Mapas, um � livro de viagens, reais e imagin�rias, de navega��es po�tico-fios�ficas, em que a autora, em seu pensar-sentir lusitano, cinge Portugal e Brasil no abra�o da l�ngua comum, dos mesmos anseios e lonjuras� (palavras de Moura Machado).


EP�LOGO

A rota sem retas,
De hip�rboles e par�bolas tecida,
Retorcida nos tempos,
Os mapas inconjuntos da utopia
E os imp�rios visionados do Invis�vel;
As raz�es cativas do mist�rio,
E os signos pontilhados de Indiz�vel,
Tudo isso aqui ficou, coalhado no poema.

E os Vieiras e Cabrais que n�o se foram
Mas ficaram perdidos nestes mapas,
Al�m de mim, suspensos
Nos labirintos da hist�ria do futuro...

publicado por Magaly Magalhães às 9:49 PM
18.4.04
 



Pommes et oranges, oil painting, de Paul Cezanne

Posso dar uma dica a voc�s? No Imagens & Palavras est� publicado um artigo imperd�vel de Luigi Augusto de Oliveira, um dos premiados no Concurso de Narrativas Breves Haroldo Maranh�o. Escritor de estilo elegante, Luigi assina Vel�rio, o conto do momento.
V�o l� tomar conhecimento da j�ia que lhes indico e n�o se furtem a um coment�rio, se poss�vel. H� ainda uma �quebra� (como se diz em minha terra) - um link que nos leva a uma outra narrativa do mesmo autor, ali�s, um conto publicado anteriormente. Ao que acrescento com todo entusiasmo: n�o percam, vale a pena ler de novo!



Algu�m querendo estudar viol�o? Como lamento n�o ter tentado em mo�a. Agora, as m�os se negam aos condicionamentos necess�rios.
Port�til, o instrumento � pr�tico, tem um som gentil e cativante e ainda se presta � execu��o de pe�as de m�sica cl�ssica com magn�fico efeito.
Um dia desses, falei de um s�te que foi ao ar recentemente e que oferece aulas semanais em condi��es atraentes. Os interessados podem, com um clique, vir a conhecer o professor , compositor e arranjador que sente satisfa��o em transmitir seus conhecimentos por meio de cursos criteriosamente programados.




Agora um poema encantador que est� mais ou menos no meio do livro Perdas e Ganhos, de Lya Luft:


Foram-se os amores que tive
ou me tiveram:
partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
O tempo me ensinou
a n�o acreditar demais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperan�a � que rebrilha
como pedrinhas de cor entre as ra�zes.

(Secreta Mirada, 1997)


Bom fim de semana.

publicado por Magaly Magalhães às 1:25 AM
8.4.04
 
Ol�, parece que estou de volta. E n�o � sem tempo. A saudade pega mesmo a gente, e, o que � mais engra�ado, com t�o poucos dias de pausa. Espero que a pr�xima esteja longe de acontecer.

V�em as orqu�deas que encerram o post? Foto tirada pelo amigo Francisco Pires, na Floresta da Tijuca, e enviadas a mim como presente de anivers�rio. Visitem-no c�

Para voltar, escolhi, de Rodrigo Garcia Lopes, um texto que nos induz a uma profunda reflex�o:


MEM�RIA E REPETI��O

Repeti��o � uma forma de mudan�a. Mudan�a � uma forma de vida.,Vida � uma forma de repeti��o. E a mensagem passa a ser apenas o vest�gio de uma cont�nua mudan�a. A dan�a do mesmo. Uma forma de repeti��o. Cada mem�ria esgota-se ao mesmo tempo em que ocorre, e tudo o que temos s�o rastros, textos, que se acumulam sobre as �guas � que n�o cessam. A id�ia de uma presen�a persevera, mas de repente � mera aus�ncia. A �gua, rio ao reverso, em sua transpar�ncia, n�o admite que o gelo a emude�a por inteiro. Silencioso duelo. No inverno, suas �guas continuam a fluir, submersas, protegidas por ele. Pela pele e pelo gelo. Sob a transparente aus�ncia das �guas onde este ex-texto se excreve, como neve, se forma uma presen�a, alien a mim mesmo, embora invis�vel como vozes � � superf�cie. Que se transforma. Que se transcende. Assim como a queda d��gua, cujo texto se celebra e se anula ao mesmo tempo. Sua escrita � uma forma de desapari��o. Uma forma de vida, de mudan�a, de repeti��o. Como se escrita com lim�o, s� se revela sob o sol. As informa��es se equalizam: H� a impress�o de que nada ocorre ali. S� o que temos, repito, s�o tra�os, trilhas no meio do mato, pistas falsas. Por�m, por essa trilha milhares de olhares passam, gestos impercept�veis, a cada instante. Eles conversam numa l�ngua extinta, idioma do gelo; a l�ngua das �guas, dos viajantes. Mudos, eles olham o halo da lua (uma outra forma de repeti��o). Nada de novo nisso tudo: n�o tanto quanto num poema ainda n�o escrito. A est�tica do desaparecimento convida todas as formas de mudan�a, como o pensamento n�made de Nietzsche, eternamente repetindo seu retorno, que nada � mais que uma forma de desaparecimento. Uma fic��o. Dan�a ritual da mente. Tatuagem fugaz. Mem�ria da mem�ria. Uma nova forma de repeti��o.

(Texto encontrado na revista Inimigo Rumor, n� 10, maio de 2001).


Rodrigo Garcia Lopes tamb�m � poeta e tradutor. Um poema de sua autoria cair� bem aqui. Teremos id�ia do multifacetado talento deste escritor que � tamb�m jornalista e professor universit�rio.


Tudo no espa�o

� passado. O tempo,

pura dist�ncia,
lento azul profundo.

Mesmo a chuva
mais breve

cai neste mundo.


O poema est� em �Esses Poetas� � Uma Antologia dos anos 90, de Helo�sa Buarque de Hollanda.


************************


E voc�s? Que fizeram durante minha pausa? Imagino quanta coisa boa vou encontrar nos ador�veis blogs que visito. Passarei por eles, um por um. S� n�o terei como comentar todos os posts desses dias todos. Ainda estou muito requisitada em casa.


Visitaram o site do Prof. Andr� Campello, como sugeri num post de mar�o? Trata-se de meu filho que ensina viol�o e tem composi��es lindas. Em fase de grava��o, um CD com as mais recentes de suas composi��es, brevemente inseridas no site. Por ora, vamos l� ouvi-lo tocar Bach com sentimento e paix�o.

O site foi montado por Francisco Pires. Quem se interessar pelos seus trabalhos procurem-no aqui.

De resto, a expectativa de que este retorno tenha uma boa dura��o. Abra�os a todos e obrigada pelo interesse que demonstraram pelo meu problema.


publicado por Magaly Magalhães às 1:45 AM