Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
Reflex�es de Bernard Cid www.pinturasbrasileiras.com.br
Dei outra folguinha a mim mesma para vir at� aqui. Sinto muita falta de tudo e de todos, mas, por enquanto, s� posso contar com essas visitas furtivas. Ainda estou com meu tempo todo comprometido, meus nervos sobrecarregados, minhas esperan�as abaladas. Mas vamos l�. A vida tem desses expedientes para todos. Nosso papel � saber aceit�-los.
Sabem? Fa�o 79 anos na ter�a que vem, 7 de mar�o. Eu havia pensado em uma festa melhor do que a do ano passado com m�sica, v�deo e outras anima��es. N�o haver� nada enquanto meu velho estiver doente. Nos 80 anos, em 2007, providenciarei meios de pagar esta d�vida. Vamos botar pra quebrar, gente. Finalmente, n�o � t�o comum atingir esta idade. Mas de uma coisa n�o dispenso voc�s. Quero mensagens de parab�ns, muitos abra�os, quero sentir voc�s perto de mim. Combinado? Ando meio carentinha.
Lan�o, ent�o, m�o do mesmo recurso usado no post anterior: solto outros poeminhas para n�o ficar t�o em d�vida com voc�s.
Para n�o deixar cair a peteca, um momento meu de paz com a natureza:
ENCANTAMENTO
Enfim u�a manh� clara e radiosa! O sol doura folhas, flores, caminhos, Regatos, at� humanos anseios E os converte em paisagem luminosa.
Logo decido ansiosa demais: Serei pe�a deste cen�rio id�lico Serei um raio desta luz gentil Serei o h�lito desta terra ou mais
Comigo, devaneios, alegria N�o estarei s�, m�ltipla serei Ao juntar minha voz �s vozes dos Seres m�ticos. M�stica euforia!
A luz perdura, e o encantamento � a t�nica deste enlevo m�gico No qual, inebriada, me indago Da fugacidade dos bons momentos.
1999 / Rio
E, num de meus momentos de reflex�o, me saiu este sonetinho:
AMOR AMANTE
� a hora da aurora � a aurora do instante que sutil se incorpora ao tempo do amor-amante
� a hora da vis�o � a vis�o do exato poder do amor em a��o gerando vida num ato
Que paire sobre os amantes a consci�ncia dos passos dados em febris instantes
Vida � termo sagrado fruto de plano divino Que se lhe d� fino trato...
1999 / Rio
publicado
por Magaly Magalhães às 11:47 PM
1.2.06
Roses and Jasmins in a Delft Vase Pierre Auguste Renoir www.wholesaleoilpainting.com
�... Chego � conclus�o de que estou incapaz de escrever qualquer coisa que possa interessar a algu�m. H� como que um muro, um pared�o obstruindo minha capacidade de pensar, de refletir, de organizar as id�ias. E isso me tem desgostado tanto! Tolhida, assim, n�o tenho alternativa sen�o recorrer a coisas escritas em passado recente, retalhos de viv�ncias antigas, em forma de poemas ligeiros, despretensiosos, vazados em termos do falar corriqueiro.
Tento entender o que diz nosso poeta Ferreira Gullar ao sentenciar que *o poema � o lugar onde a prosa vira poesia, � um artefato constru�do de modo que a energia potencial, que est� nas palavras, acenda e vire uma outra coisa, transfigurando a linguagem usual.*
N�o h� pretens�o de que haja esse efeito no caso de meus versos, mas h� uma esperan�a de que eu possa passar atrav�s deles algo mais que uma emo��o fugidia.
Enquanto dura essa inapet�ncia, pe�o que leiam meus pretensos versos e opinem sobre eles com inten��o construtiva, pin�ando o que pode ser julgado como pass�vel e rejeitando o que n�o tiver valor em definitivo.
Assim � que hoje deixo dois desses poemas, escolhidos a esmo, e subordino-os � cr�tica dos meus cooperativos e pacientes leitores.
CANTIGA TRISTE
Est� tarde, est� frio T�o escuro, t�o sombrio! Quem vem afagar-me a testa? Quem vem encher-me o vazio?
O vento geme l� fora A chuva fria n�o p�ra Meu cora��o tamb�m geme geme baixinho e cala
Por que chora a natureza? Por que o vento fustiga? Tem cora��o o mundo? Tem o vento o dom da intriga?
Como estou triste, eu choro N�o posso culpar ningu�m Nem a chuva, nem o vento Nem o mundo, nem meu bem
Choro porque estou triste.
1998/Rio
VIV�NCIAS
Se eu pudesse externar sem medo nem censura as situa��es que vivi no espa�o que ocupei :
lembran�as suaves que guardei inc�modos receios que afugentei uns poucos sonhos que n�o realizei as fibras sens�veis que acomodei no �ntimo o fino amor que cultivei
como acontece � maioria dos viventes.
Mas por que expor viv�ncias?
N�o vai promover nada n�o vai ajudar ningu�m
Cada um age em espa�o independente do jeito que lhe ocorre viver o momento.
A vida � um ato recorrente s� mudam os protagonistas
Rio/2000
publicado
por Magaly Magalhães às 10:53 PM