Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
27.7.03
Hoje, 26 de julho, � o dia em que se comemora uma figura humana especial na constela��o familiar: a av�. Para as vov�s felizes ou n�o, alegres ou tristes, saud�veis ou desestimuladas, esta carta de crian�a que h� de emocionar qualquer vov�, esteja ela ou n�o em seus melhores dias.
O QUE � UMA AV�?
Carta de um aluno da terceira s�rie.
Uma av� � uma mulher velhinha que n�o tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um av� � um homem-av�. Ele leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. As av�s n�o fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente. Como elas s�o velhinhas, n�o conseguem rolar pelo ch�o ou correr. Mas n�o faz mal, porque nos levam ao shopping e compram tudo o que nossos pais n�o querem comprar. Na casa delas tem sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Contam hist�rias de nosso pai ou nossa m�e quando eram pequenos, hist�rias da B�blia, hist�rias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, nos fazendo sentir o perfume. Av�s nunca dizem �Apresse-se�,�Arrume seu quarto�, �Coma com modos�. Normalmente, as av�s s�o gordinhas, mas, mesmo assim, elas nos ajudam a amarrar os sapatos. Quase todas usam �culos e eu j� vi uma tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, a av� n�o diz: �Menino, n�o v� que estou ocupada!�Ela p�ra, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As av�s sabem um bocado de coisas. As av�s n�o falam com a gente como se n�s f�ssemos umas criancinhas idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo �Que gracinha!�, como fazem algumas visitas chatas. Quando l�em para n�s, n�o pulam peda�os das hist�rias nem se importam de ler a hist�ria v�rias vezes. O colo das av�s � quente e fofinho, bom de a gente sentar quando est� triste. A minha av� sabe fazer uma festinha bem de leve nas minhas costas que eu adoro. Todo mundo devia tentar ter uma av� porque s�o os �nicos adultos que t�m tempo para n�s.
Um grande abra�o �s av�s de todo o universo.
Autor desconhecido
Extra�do do livro intitulado Hist�rias para aquecer o cora��o das m�es, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorn e Marci Shimoff.
publicado
por Magaly Magalhães às 1:44 AM
25.7.03
Menos um ator entre n�s, um comediante, um cidad�o que �se incomodava com a mediocridade humana� . Estimado em seu meio, o seu Flor de `A grande Fam�lia�vai deixar saudades. A aus�ncia de Rog�rio Cardoso na telinha ser� sentida por todos quantos se haviam acostumado com sua gra�a, sua alegria, seu esp�rito humanit�rio. Que seu desempenho no novo plano seja o da franca evolu��o espiritual.
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Recebi de uma amiga a historinha abaixo que repasso como a gra�a poss�vel para o momento;
GEST�O POR RESULTADOS Era uma vez uma aldeia onde vivam dois homens que tinham o mesmo nome: Joaquim Gon�alves. Um era sacerdote e o outro, taxista. Quis o destino que os dois morressem no mesmo dia. Chegam ao c�u, onde os espera S�o Pedro. - O teu nome? - pergunta S�o Pedro ao primeiro. - Joaquim Gon�alves. - O sacerdote? - N�o, n�o, o taxista. S�o Pedro consulta a suas anota��es e diz: - Bom, ganhaste o Para�so. Levas estas t�nicas com fios de ouro e este cetro de platina com incrusta��es de rubis. Podes entrar... Passam mais duas pessoas, e chega a vez do outro Joaquim. - O teu nome? - Joaquim Gon�alves. - O sacerdote ? - Sim. - Muito bem, meu filho. Ganhaste o Para�so. Levas esta bata de linho e este cetro de ferro com incrusta��es de granito. O sacerdote diz: - Desculpe, n�o � por nada, mas... deve haver engano. Eu sou Joaquim Gon�alves, o sacerdote! - Sim, meu filho, ganhaste o Para�so. Levas esta bata de linho e... - N�o, n�o pode ser! Eu conhe�o o outro senhor, era taxista, vivia na minha aldeia, e era um desastre! Subia nas cal�adas, batia seu carro todos os dias. Mais de uma vez bateu contra muros e casas, dirigia pessimamente, levava tudo pela frente, assustava todo mundo e n�o se corrigia mesmo ap�s multas e repreens�es policiais... E, quanto a mim, passei setenta e cinco anos da minha vida pregando todos os domingos na par�quia. Como � que lhe d�o a t�nica com fios de ouro e o cetro de platina e a mim. isto?... Deve haver engano! - N�o, n�o � nenhum engano - diz S�o Pedro. O que ocorre � que aqui, no C�u, estamos efetuando uma "gest�o" mais profissional, como a que voc�s fazem l�, na terra. - Como? N�o entendo. - Eu explico... Agora, orientamo-nos por �resultados �... � assim: durante os �ltimos vinte e cinco anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas adormeciam; mas, cada vez que ele dirigia seu t�xi, as pessoas come�avam a rezar. � isso: Resultados !!!... Percebeste agora? Gest�o por Resultados!
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O poema de hoje:
ONDE PAIRA A CAN��O RECOME�ADA
Onde paira a can��o recome�ada No capitel de acanto de teu lar? Onde prossegue a dan�a terminada Nas lajes de meu tempo de chorar? Rapaz, em minhas m�os cheias de areia Conto os astros que faltam no horizonte Da praia solu�ante onde passeia A espuma de teu fim, pranto sem fonte. Oh juventude, um p�lio de inoc�ncia Jamais se estender� sobre outra aurora Mais clara que esta clara adolesc�ncia Que o lupanar da noite hoje devora: Que vale o len�o impuro da elegia Sobre teu rosto, l�cida alegria?
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Deixo-os aqui. Advir�o posts menos tristes.
publicado
por Magaly Magalhães às 1:47 AM
21.7.03
Al�. pessoal, venho deixar meu abra�o carinhoso e amigo no dia dedicado aos amigos. Um viva para todos os meus amigos!
publicado
por Magaly Magalhães às 1:07 AM
20.7.03
Leda Yara, que todos voc�s j� conhecem pelas poesias publicadas aqui, recebeu da amiga Merc�lia Rodrigues, tamb�m poeta, o belo poema Ator, que transcrevo abaixo com muita satisfa��o. Leda � inspirada e sens�vel e costuma refletir em cima dos textos que recebe e l�, sempre com extrema propriedade e bom senso. Voc�s v�o ter assim oportunidade de conhecer seus dotes em prosa tamb�m.
A T O R
Merc�lia Rodrigues
A m�scara do rosto cai! A primeira? N�o! M�ltiplas facetas. Hist�ria que se esvai... Contada em cada tempo de um jeito, no farfalhar de p�ginas rasgadas, com fantasias embutidas nos trejeitos. Longe as m�scaras atiradas ! Todas? Todas nunca arremetidas, Em cada instante de viv�ncia, at� em espelho refletida, mostra-se apenas apar�ncia! Palco da vida! Teatro de fantoches! As mil figuras que se enla�am tra�am o enredo de deboches, cenas ocultas que perpassam... no conduzir o desfecho em cada ato, desempenho da fun��o de mil atores mascarados de si mesmos com aparato, nas mentiras se alojam seus valores! Cai o pano... disfarces escondem-se. Hipocrisia? Inveja ou ironia? Onde? No teatro imenso do teu eu! Contracenando contigo lado a lado, neste papel de ator que � teu... Vais despeda�ando imagens do passado!
REFLEX�ES
Leda Yara
A vida � um grande palco. Quase sempre ficamos meio desnorteados com os diversos pap�is desempenhados � nossa volta, diariamente, por aqueles que cruzam conosco ou mesmo convivem conosco. Muitas vezes, nem percebemos que estamos contracenando com os outros atores e o espet�culo continua, sem que nos demos conta de que a pr�xima "fala" do outro � uma seq�encia da nossa "fala", no espet�culo.
Aos poucos, � medida que vamos nos aprofundando no conhecimento de n�s mesmos e amadurecendo para os mist�rios da vida, as dificuldades, os desnorteamentos, os desapontamentos, as decep��es v�o cedendo lugar � compreens�o dos atores e dos pap�is que eles escolheram para desempenhar no palco da vida. Esta � uma das grandes ci�ncias da escola do viver: conhecer-se e compreender.
Muitos dos que seguem a doutrina esp�rita costumam eximir-se da responsabilidade de seus atos ou desqualificam a responsabilidade dos atos dos outros, despejando as conseq��ncias das escolhas feitas, quando j� estamos aqui, sobre "os compromissos assumidos antes de retornarmos ao plano f�sico". Acredito que n�o s�o tantos os encargos que assumimos antes de voltarmos aqui. Ali�s, acho mesmo que s�o poucos, quando comparados com o desempenho inteiro da nossa vida. A maioria dos nossos estados, seja no plano espiritual, seja no f�sico, seja no emocional, enfim, a maioria dos acontecimentos da vida s�o conseq��ncia das nossas escolhas quando j� estamos no plano terrestre.
N�s nascemos livres. Almas e mentes transparentes como o ar, papel em branco e l�pis na m�o, prontos para as anota��es do script que vamos representar no palco da vida. Nem mesmo sabemos falar direito e j� temos pequenos scripts para decorar, j� come�amos a criar nossas primeiras m�scaras e disfarces, para nos sairmos melhor das situa��es e aplaudidos pela pequena plat�ia que nos assiste, ent�o.
� medida que vamos crescendo, mais e mais scripts v�o sendo anotados no nosso bloco de notas. As m�scaras e os disfarces v�o ficando sedimentados pelos jogos partilhados com os demais atores da pe�a.
Pronto! Chegamos ao ponto em que j� decoramos nossos pap�is, definimos como atuar nos diversos atos do espet�culo e nos sentimos prontos para nos apresentarmos no palco da vida. E sa�mos por a�, vida afora, repetindo os nossos espet�culos, cada vez que uma mesma situa��o se apresenta. Na maioria das vezes, ou por inoc�ncia, ou por falta de coragem ou de humildade, n�o paramos um pouco para avaliarmos o nosso desempenho. N�o paramos para rever os efeitos da nossa atua��o sobre os outros e, mais importante ainda, sobre n�s mesmos, j� que, pela lei da causa e efeito, tudo retorna par� n�s na mesma forma em que executamos nosso papel.
Amadurecer, significa reavaliar e reescrever os nossos pr�prios pap�is e aceitar os pap�is que os outros escolheram para si. Aceitar n�o significa compartilhar, estimular ou se apiedar. Aceitar � compreender que o outro � livre para escolher os seus pap�is, mas que deve se responsabilizar pelas conseq��ncias de suas escolhas, sejam essas conseq��ncias boas ou n�o. Quando n�o deixamos ao outro a responsabilidade pelos seus pensamentos, atos e palavras, estamos lhe negando oportunidades valiosas de crescer e de amadurecer.
A mente humana � a maior e �nica ferramenta exclusiva, pessoal e intransfer�vel que o Pai nos doou. � uma ferramenta t�o poderosa que se constitui na �nica pela qual nos comunicamos com o Divino. " Quando a cabe�a n�o pensa, o corpo padece" ou, "O corpo vai pra onde a cabe�a manda". Todos n�s j� ouvimos, com certeza, esses ditados. � na nossa mente que est� o controle de todos os estados de cada um de n�s. E os nossos scripts est�o , exatamente, a�. Na nossa mente. � a� que est�o os pap�is que os atores desempenham no palco da vida.
Eu os compreendo. Compreendo-os e os aceito. Aceito-os e os respeito pelo direito que t�m de escolher os seus pr�prios destinos. Aceito-os e os respeito porque talvez nem percebam que podem modificar seus pap�is no momento em que bem quiserem. Aceito-os, porque me aceito como sou e � a partir dos outros que tomo consci�ncia do quanto ainda tenho que progredir na minha caminhada.
ooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Abertos poema e prosa pra aprecia��o. Quem quiser expressar alguma opini�o, est�o a� o sistema de coment�rios e o e-mail. Podemos conversar � vontade. Por mim, elas, as autoras, est�o em cr�dito. At� mais.
Aber
publicado
por Magaly Magalhães às 1:24 AM
15.7.03
N�o podia deixar de passar esta pra voc�s:
De Am�rico Esteves Menezes, grande seresteiro das Minas Gerais, exilado voluntariamente em Bras�lia:
Em Campina Grande, na Para�ba, em 1955, um grupo de bo�mios fazia serenata numa madrugada do m�s de junho, quando chegou a pol�cia e apreendeu o viol�o. Decepcionado, o grupo recorreu aos servi�os do advogado Ronaldo Cunha Lima, ent�o recentemente sa�do da faculdade e que tamb�m apreciava uma boa seresta. Ele peticionou em Ju�zo para que fosse liberado o viol�o. Esse petit�rio ficou conhecido como "Habeas Pinho"e enfeita as paredes de escrit�rios de muitos advogados ebares em praias do Nordeste. Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito deputado estadual, prefeito de Campina Grande (cassado pela Revolu��o), senador da Rep�blica, governador do Estado e, hoje, deputado federal. Veja a famosa peti��o:
HABEAS PINHO
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2� Vara desta Comarca:
O instrumento do crime que se arrola neste processo de contraven��o n�o � faca, rev�lver nem pistola, � simplesmente, doutor, um viol�o.
Um viol�o, doutor, que na verdade n�o matou nem feriu um cidad�o. Feriu, sim, a sensibilidade de quem o ouviu vibrar na solid�o.
O viol�o � sempre uma ternura, instrumento de amor e de saudade. O crime a ele nunca se mistura. Inexiste entre eles afinidade.
O viol�o � pr�prio dos cantores, dos menestr�is de alma enternecida que cantam as m�goas que povoam a vida e sufocam suas pr�prias dores.
O viol�o � m�sica e � can��o, � sentimento vida e alegria, � pureza � n�ctar que extasia, � adorno espiritual do cora��o.
Seu viver como o nosso � transit�rio, mas seu destino, n�o, se perpetua. Ele nasceu para cantar na rua e n�o para ser arquivo de cart�rio.
Mande solt�-lo pelo amor da noite que se sente vazia em suas horas, p'ra que volte a sentir o terno a�oite de suas cordas leves e sonoras.
Libere o viol�o, Dr. Juiz, em nome da Justi�a e do Direito. � crime, porventura, o infeliz, cantar as m�goas que lhe enchem o peito?
Ser� crime e, afinal, ser� pecado, ser� delito de t�o vis horrores, perambular na rua um desgra�ado derramando na rua as suas dores?
� o apelo que aqui lhe dirigimos, na certeza do seu acolhimento. Juntada desta aos autos n�s pedimos E pedimos tamb�m DEFERIMENTO.
Ronaldo Cunha Lima, advogado.
O juiz Arthur Moura deu sua senten�a no mesmo tom:
Para que eu n�o carregue remorso no cora��o, determino que se entregue ao seu dono, o viol�o.
Gostaram? Volto outra hora.
publicado
por Magaly Magalhães às 1:22 AM
14.7.03
Democracia � a escolha feita por muitos incompetentes. Ditadura � a indica��o feita por uns poucos.
O que este Pa�s precisa n�o � de democracia - � de menos gente que toma liberdades com a democracia.
A educa��o substitui a ignor�ncia confiante pela incerteza ponderada.
Aus�ncia de evid�ncia n�o � evid�ncia de aus�ncia.
O bom executivo toma decis�es rapidamente e manda logo algu�m executar o trabalho.
A liberdade � sempre perigosa, mas � a coisa mais segura que a gente tem.
Por mais escassa que a verdade seja, a oferta � sempre maior do que a procura.
A variedade pode ser a alegria da vida, mas a monotonia � que p�e a mesa.
Nada: faca sem cabo cuja l�mina se perdeu.
Deixe sempre para amanh� aquilo que voc� na certa iria bagun�ar hoje
De m�o em m�o a verdade vira fic��o.
Em terra de olho, quem tem um cego... errei!
J� vou explicar: Caiu-me nas m�os o livrinho Eu gostaria de ter dito isso! em que Lu�s Carlos Bravo compilou um bom n�mero de frases de esp�rito, simplesmente para fazer rir o leitor comum. Carioca da gema, � o autor da id�ia, talvez influenciado por S�rgio Porto com quem trabalhou no antigo Di�rio Carioca. Os direitos autorais do livro foram doados a v�rias institui��es de caridade.
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Prece matinal entre os Peles-Vermelhas:
�Desejo que a Beleza esteja ao norte e ao sul, a este e a oeste de mim, que a Beleza esteja acima de mim, que a beleza esteja abaixo de mim...�
Encontrada por Lucie Lelarue-Madrus, como afirma Cec�lia Meireles na cr�nica intitulada Beleza em seu livro Cec�lia Meireles / Cr�nicas de educa��o.
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Quanto � poesia de hoje, por que sair de Cec�lia?
INF�NCIA
Levaram as grades da varanda por onde a casa se avistava. As grades de prata.
Levaram a sombra dos limoeiros por onde rodavam arcos de m�sica e formigas ruivas.
Levaram a casa de telhado verde com suas grutas de conchas e vidra�as de flores foscas.
Levaram a dama e seu velho piano que tocava, tocava, tocava a palida sonata.
Levaram as p�lpebras dos antigos sonhos, deixaram somente a mem�ria e a l�grimas de agora.
Cec�lia Meireles.
Deixemos a suavidade de Cec�lia calar em nossa alma. At� novo encontro
publicado
por Magaly Magalhães às 1:06 AM
8.7.03
Hoje, estou com a alma nordestina aflorada. Deve ter sido pelo fato de ter sido contactada por um jornalista conterr�neo (entenda-se alagoano), radicado em Recife - Aldemar Paiva, radialista, cronista e poeta, colunista do seman�rio Fatorama, jornal das vozes livres de Bras�lia, que me homenageou com um de seus trabalhos po�ticos com que encerrarei este post.
Leiam e sintam o sabor destas trovas :
" As cirandas das crian�as brincando na minha rua s�o carroc�is de esperan�as girando em noite de lua ! "
" Eu vi secando na grade do quintal exposto ao sol meu pijama com saudade do teu lindo baby-doll ! "
S�o do poeta pernambucano Severino Uchoa, falecido h� 5 anos, autor do famoso livro "Brasil de chap�u de couro".
E, por falar em quadrinhas, imposs�vel deixar de registrar algumas do imortal Adelmar Tavares, consagrado poeta, tamb�m pernambucano :
" Tu censuras de minha alma esse alvoro�o, esse ardor... Quem tem amor e tem calma tem calma, n�o tem amor. "
" N�o sei se � fita ou se � fato, n�o sei se � fato ou se � fita... O fato � que ela me fita, me fita mesmo de fato ! "
" Para matar a saudade fui ver-te em �nsia, correndo, e eu que fui matar saudade vim de saudade morrendo. "
Para encerrar,
MON�LOGO DO JANGADEIRO
Do livro ? MON�LOGOS ? de Aldemar Paiva
N�o me perguntem quanto tempo faz... um ano, dez, quarenta, nem sei mais pois do tempo inteiramente ando esquecido. Sei t�o somente que naquele dia voltei do mar, n�o encontrei Maria, Maria tinha desaparecido !
N�o me perguntem se eu sofri depois pois o mundo que era de n�s dois o dil�vio da saudade acabou... E pela noite imensa da tristeza eu me perdi sozinho na incerteza como uma coisa que a mar� levou !
N�o me perguntem porque da jangada eu apaguei o nome da malvada como quem limpa o corpo de uma chaga... O sol e a chuva desbotaram a vela mas eu n�o pude esquecer-me dela pois tinta de lembran�a n�o se apaga !
N�o me perguntem porque o vento frio em doloroso e triste assobio gritava por Maria aos meus ouvidos. O mar raivoso me abria os bra�os e eu sabia que com mais dois passos podia afugent�-la dos sentidos !
N�o me perguntem porque resolvi fechar a casa onde a acolhi perder a chave e navegar a esmo... Rever o ninho abandonado e mudo, ver a saudade empoeirando tudo era acabar de vez comigo mesmo !
N�o me perguntem porque a odeio, porque a detesto e por isso creio que outra Maria t�o cruel n�o exista... Se a encontrasse por acaso eu juro; n�o olharia pro seu rosto impuro e no seu corpo n�o pousava a vista !
N�o me perguntem se � mentira ou n�o tudo que eu digo em alucina��o nessa agonia que voc�s v�o vendo... Quem sabe se eu n�o falo por despeito e vou mentindo pra enganar o peito, pra que n�o pensem que eu estou sofrendo ?
N�o me perguntem se � ilus�o ou se � Maria mesmo - que emo��o - quem me espera na praia ao fim da vida... Um ano, dez, quarenta pouco importa se ela voltou agora quase morta, feia, acabada, triste, arrependida !
N�o me perguntem com quem ela andou, com quem se foi, por que me abandonou... N�o me perguntem n�o, amigos meus ! Pobre Maria... h� quanto tempo a espero, Se ainda a amo, se ainda a quero, n�o me perguntem, pelo amor de Deus !
Saciei a saudade dos ecos de meu lugar de origem. Se cansei voc�s, perdoem-me. Senti prazer e lhes fico devendo.
Al�, Ademar, muito obrigada mesmo!
publicado
por Magaly Magalhães às 1:42 AM
3.7.03
Uma piada pra come�ar. Sim, porque estou comemorando a volta do layout de meu blog � antiga forma, gra�as � interfer�ncia de meu amigo Francisco Pires, batuta como ele s�, como costumava dizer meu pai.
O e-mail de Deus
Um dia, Deus, olhando para a Terra, viu todo o mal que se passava nela. Assim, decidiu enviar um anjo para investigar. Chamou um de seus melhores anjos e mandou-o a Terra por algum tempo. Quando o anjo regressou, disse a Deus: - Sim, a Terra � 95% m� e 5% boa.
Deus pensou por um momento e disse: - Melhor mandar outro anjo para ter uma segunda opini�o.
Assim, Deus mandou outro anjo ficar na Terra por algum tempo. Quando regressou, o anjo tamb�m disse: - Sim, a Terra est� em decad�ncia, 95% m� e 5% boa. Deus disse: - Isso n�o est� bom.
Decidiu, ent�o, mandar um e-mail aos 5% das pessoas boas que havia no mundo, para dar-lhes �nimo... para que n�o desistissem e seguissem adiante sem perder a f�.
Sabe o que dizia o e-mail?
N�o?
Ent�o estamos ferrados... Para mim tamb�m n�o chegou!!!
Outro amigo, Cl�udio R�bio, o Claudinho do Circulando.com, mandou-me uma mat�ria para reflex�o, ali�s, parte de um de seus posts de poucos dias atr�s, que passo a voc�s para refletirmos juntos:
Devo levar a vida como uma formiga?
"Rua Bar�o de Itapetininga, Centro, S�o Paulo; manh� de junho de 2002. Eu, no centro da maior cidade do Brasil. Todas as manh�s, passo por essa rua, aproximadamente �s sete e meia da manh�, para tomar o meu caf�, antes de chegar ao escrit�rio, e me deparo com crian�as dormindo sob uma abertura pr�xima a uma galeria.
S�o crian�as de todas as idades, ra�as e cores; algumas s�o muito bonitas. Mas, de alguma forma, preferem os perigos das ruas, e dispensam a prote��o dos pais (com quem o risco � maior). Outras perderam os pais. As FEBEM's, prote��o do governo? N�o. Melhor ficar nas ruas.
Como ficar indiferente? Como entender? Nas escolas n�o me ensinaram nada sobre tudo isso.
Se f�ssemos formigas, tudo seria mais f�cil. As formigas n�o precisam questionar nada, s� pensam no trabalho e na perpetua��o da esp�cie. Nada mais. Devo viver como uma formiga?" (Descaso, de Josu� G. Ara�jo).
D� para uma boa reflex�o: a aus�ncia de perspectivas dessa fatia da popula��o - a liberdade que destr�i , o desespero, o medo, a lei da viol�ncia. Pass�vel de solu��o?