Divulgar
idéias próprias, combater o discurso invertido corrente,
aprender a dividir, expor sentimentos,
trazer poesia ao dia-a-dia, eis a abrangente ação deste
veículo de idéias. De tudo, um pouco - minha meta.
22.12.02
MEU ABRA�O DEFINITIVO DE NATAL PARA TODOS :
UMA M�GICA NOITE DE 24 E UM LINDO E SUAVE DIA 25 !
FELICIDADES !
publicado
por Magaly Magalhães às 11:12 PM
18.12.02
Tanta coisa para recomendar! Este fim de ano est� prometendo! Primeiro, pela ordem da descoberta, o lan�amento do livro "Ao lado e � margem do que sentes por mim", de Ana Maria Gon�alves, editado pela pr�pria autora. Salvador/ Ba. Apanhei na Meg esta deliciosa informa��o. Sim, porque, a partir do t�tulo da obra, tudo parece ter vida pr�pria no texto de Ana Maria. H� um cap�tulo disponibilizado no Subrosa, com direito a coment�rio e a entrevista com a Ana. N�o percam a oportunidade de prestigiar quem merece. Segundo, o Forum da Cora! Que maravilha! Olhem nosso mundinho virando mundo de verdade, regido a palavra e opini�o. Adorei a id�ia e acredito no sucesso da empreitada. H� muita gente, entre os blogueiros, com capacidade de comparecer com belas contribui��es. � isto que persigo. Aprender, aprender, aprender! E apreender! Consultem o Internet Etc para conhecer detalhes sobre o cadastramento no Forum.
Pena que temos um motivo de tristeza - o passamento do Dr. Evandro Lins e Silva, um dos mais c�lebres juristas do Brasil, o jurista da democracia, como era chamado.
Para encerrar, nosso poema de cada dia:
VIG�LIA
Triunfo de heroi morto - claro, d�rico Em seus ver�es eretos, passageiros Sustentos de front�es de eternidade Invernosos, sombrios.
Que m�os, postas em meio a tua aus�ncia Clamorosa, puderam resolver O enigma dos eclipses desse sol Aleg�rico, altivo?
Mas n�o temos resposta. E a esfinge desdenha Devorar-nos na paz que a transfigura Ap�s a f�rtil guerra pela in�til Coroa longeviva.
Entretanto jazemos entre as tochas Com ele. E nos repele. E nos confunde. E s� resta partir, por desertos ag�nicos Semeando-lhe as cinzas,
At� que destas velas nas�am ramas E p�ssaros apaguem o luto e chamas.
M�rio Faustino
Cumprido por hoje nosso encontro. Para voc�s, uma noite de Natal gloriosa, cheia de encantamento e felicidade.
publicado
por Magaly Magalhães às 10:02 AM
12.12.02
Que lindo e rico presente de Natal acabamos de receber! Nada mais, nada menos que o Portal Literal! Isto significa que, a partir de 10/12 p.p, "cinco escritores referenciais da literatura brasileira - Fernando Ver�ssimo, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar, Rubens Fonseca e Lygia Fagundes Telles - estar�o no Portal Literal (www.literal.com.br), homepage com a assinatura do grupo Conspira��o. A p�gina idealizada pela professora Helo�sa Buarque de Hollanda e pelo jornalista Luiz Noronha � um projeto sem par no pa�s, envolvendo os cinco escritores, suas hist�rias e obras dentro de uma revista virtual, a Idiossincrasia. Cada um dos escolhidos por Helo�sa (uma escolha arbit�ria, assume ela) ganhou um site espec�fico que faz parte da revista, mas tamb�m tem vida pr�pria. A publica��o virtual surge, em paralelo, como um guia das novidades liter�rias, mostrando os lan�amentos mais recentes do mercado nacional e antecipando textos em fase de conclus�o." (do texto de Adriana Pavlova - Segundo Caderno de O Globo, 10/12/02) � assim que vamos conhecer mais intimamente cada um desses escritores, descobrindo as facetas menos divulgadas da personalidade de cada um, segundo o prop�sito da professora Helo�sa. E ser� delicioso ver na tela curiosidades como uma anima��o de As Cobras, de Ver�ssimo; ou roteiros de cinema do cin�filo Rubens Fonseca; ou reportagens hist�ricas do come�o da carreira de Zuenir; ou tradu��es de poemas de Rimbaud e Baudelaire por Gullar; ou ainda, correspond�ncia in�dita de Lygia com amigos do quilate de Carlos Drummond de Andrade e �rico Ver�ssimo. N�o � maravilhoso?
E, por falar em Ferreira Gullar, voc�s conhecem aquele sensacional poema dele sobre a cor azul? Nele, h�, se n�o me engano, uma genial interpreta��o do amor, como se este fosse algo "feito um lampejo que surgiu no mundo essa cor essa mancha que a mim chegou de detr�s de dezenas de milhares de manh�s e noites estreladas como um pu�do aceno humano mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma les�o oculta onde ningu�m sabe" Nem este peda�o eu sabia totalmente de cor. Li-o numa cr�nica de Arnaldo Jabor e gostei de record�-lo. (Se algum de meus leitores tiver em m�os o poema inteiro, eu poderia esperar uma c�pia dele? Antecipadamente, agrade�o).
E, assim, chega ao fim nosso encontro de hoje. Temos menos de duas semanas at� o Natal. Vamos preparar nossos esp�ritos para viver a paz que envolveu o mundo na noite de 24 para 25 h� 2.000 anos, paz que nunca se estabeleceu total e definitivamente na Terra, apesar do magn�fico exemplo dado por Jesus, pela falta de observ�ncia dos princ�pios por ele pregados.
Paz na Terra aos homens de boa vontade! At� o pr�ximo post.
publicado
por Magaly Magalhães às 5:43 PM
9.12.02
T�o pr�ximos do Natal estamos que conv�m adotarmos uma atitude circunspecta em rela��o ao que somos - como nos portamos diante dos embara�os da vida, diante das necessidades de nossos semelhantes, diante dos desafios do mundo que nos cerca e o que � necess�rio corrigir em nossos impulsos di�rios para termos seguran�a, paz interior e esperan�a de estarmos no caminho certo. Foi a� que me lembrei de um ato de contri��o com que Artur da T�vola encerra seu livro de cr�nicas"Me vi te vendo"( Salamandra,1979).
ATO LEIGO DE CONTRI��O
Meu talento � defesa. Minha intelig�ncia � acaso. N�o sou criador, sintetizo. Minha bondade � culpa. Meu bom senso � medo. N�o sei, sugo. Meu equil�brio tem as deforma��es do que � normal. Minha lucidez nasceu da doen�a. N�o sou, suo. Minha simpatia � feita de naturalidade. Meu galanteio � corruptor. N�o tenho gestos, tenho inten��es. Minhas admira��es s�o inveja. Meu espanto � covardia. N�o invento, formulo. Minha indiferen�a arde de desejos. Minha do�ura � timidez. Minha versatilidade � esquiz�ide. N�o planto; colho, espertamente, a emo��o comum. N�o fecundo porque sou h�bil. N�o educo porque sou fraco. N�o desagrado porque sou dependente. N�o abalo porque sou medroso. Meu brilho � a m�scara do meu vazio. Meu vazio � a minha verdade. Minhas palavras s�o "flatus voicis". N�o sou expulso porque me acomodo. N�o crio porque ouso. N�o abro caminhos. Sou mero tradutor. N�o renovo porque repito. N�o amea�o porque prefiro o mais f�cil. N�o espanto porque me deixei amansar. N�o sangro porque desisti. Meu N�O tem disfarces demais. Meu SIM, quando ser� integral? Meu eufemismo � hip�crita. N�o perco o emprego porque aprendi a sobreviver. N�o digo todas as minhas verdades por medo e preconceito. N�o escrevo o que sei e sim o que finjo saber. N�o sei, nem Tudo o que finjo. Minha frase � esconderijo. Meu prest�gio � minha inseguran�a. Minha palavra n�o � o "sal da terra". Minha alegria � de estufa. Meu elogio � demolidor. N�o sou a imagem que projeto. N�o mere�o as carinhos que recebo. N�o valho a sua admira��o. N�o sinto, sentindo, o que sinto escrevendo. Minha mod�stia � arrogante. Minha agress�o � ressentimento. Minha ironia d� �lcera. Minha vit�ria � menoridade. N�o me decido a ser definitivo. N�o venci as derrotas antigas. N�o derrotei as vit�rias f�ceis. Meus ideais s�o ambi��es fantasiadas. Minha cr�tica � proje��o. Minha frusta��o escreve melhor do que eu. Minha amargura me finge simp�tico. N�o consegui vencer minha inf�ncia. Minha coer�ncia foi parar no sanat�rio. Meu sarcasmo tem cara de anjo. Meu riso � amortecedor, emoliente, tr�nsfuga. N�o sou bom, preciso de bondade. Minha esperan�a e minha salva��o:saber de tudo isso. E CONFIAR E PROSSEGUIR.
N�o d� para nos reconhecermos em muitas destas afirma��es? Fa�amos todos nosso ato de contri��o e esperemos a visita de Jesus Menino com o esp�rito mais leve, menos asfixiado.
Do autor escolhido para hoje, disse nossa saudosa Clarice Linspector : "Artur da T�vola tem um dom raro: � encantat�rio. Ele diz exatamente o que se prop�e a dizer e isto, significa ser um bom escritor. Eu o admiro h� tempos."
Boas perspectivas para o Natal. Saibam reinvent�-lo.
publicado
por Magaly Magalhães às 12:46 AM
5.12.02
Ainda n�o entrei em dezembro? Que loucura! O tempo n�o � f�cil! Como det�-lo para dar conta de tudo que tenho que fazer? Divagar sobre fugacidade do tempo n�o adianta. Aproveit�-lo � o mais acertado. Vamos ao que interessa : inquirir, perquirir, comentar, aconselhar, oferecer, ou, simplesmente, badalar. Ou ainda, transmitir not�cias colhidas em jornal e revistas, tal como esta que veio no Inform�tica ETC de O Globo desta semana : "O seu micro pode ligar para outros pa�ses sem que voc� saiba" , um artigo de Elis Monteiro sobre arquivos discadores. "Ao visitar um site internacional ou ou dizer sim a perguntas aleat�rias (via pop-ups, por ex.), o usu�rio autoriza a entrada do arquivo no micro e, a partir da�, est� sujeito a pagar por liga��es para sites internacionais, que podem ter sede f�sica em qualquer lugar do planeta." J� viram? Mais esta preocupa��o. Um usu�rio, surpreendido por uma conta telef�nica alta e j� sabendo da exist�ncia desse tipo de arquivo discador, descobriu, em C:/program files/ dialers, �cones chamados Hot.Brazil.exe e Brazilupdate.exe.que, acionados, abrem discadores que fazem o "servi�o". Enquanto n�o se d� jeito ao problema, aconselha-se a navegar com prud�ncia e, no caso de contas nababescas, pagar e contactar o Procon ou o Juizado de Pequenas Causas. O Inform�tica ETC vai continuar a informar sobre o problema. Aguardemos a pr�xima publica��o.
Mudando de assunto, que tal (re)ler Haroldo Campos em seu
POLIFERNO CONTEMPLA GALAT�IA
o ouro se encorpa:
coxa bruna flexuoso encurvar-se de um joelho de brunido metal dulcificado
o ouro chove:
em p� pelos cabelos por brilhos dispersivos enturvando-se de seu castanho-louro p�r-de-sol
a outra: agruta insinuada que um tecido - seda breve - esconde e sob crespo tos�o ensolarado mais se oculta - a gruta onde a sereia essa - a coralina boca dragon�ria - quem a pudera escrever?
cerrada em sua legenda �urea intacta guarda-se e defere o decifr�-la ao lanceolado desejo (que no in�cuo papel a pena agora apenas extrema e silencia)
Boa-noite, meus senhores todos e boa-noite, senhoras tamb�m... At� outra hora.